Policial flagrado agredindo jovem é afastado e pode ser expulso da PM
A apuração da ação do policial será realizada pela Corregedoria da Polícia Militar. O policial foi afastado preventivamente das funções
O policial militar flagrado agredindo um morador, em Jardim Tropical, na Serra, é investigado pela ação. A depender da conclusão do inquérito, ele pode até ser expulso da Polícia Militar.
O vídeo mostra que o policial militar se aproximou do morador mais de uma vez. Mesmo com a vítima não apresentando nenhum tipo de resistência, ele é atingido por spray de pimenta nos olhos e acaba agredido.
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O militar que aparece nas imagens, de acordo com o capitão Xavier, da Polícia Militar, é um cabo da PM. A vítima das agressões foi um auxiliar de limpeza, que estava em uma distribuidora de bebidas em momento de lazer durante o fim de semana. Ele seguiu em frente com a denúncia e registrou uma ocorrência.
"A vítima prestou uma queixa contra o policial e foi orientado a seguir para a Corregedoria. Durante a operação, será decidido se esse policial será afastado ou mantido", disse o capitão.
O fato registrado no fim de semana aconteceu no bairro Jardim Tropical, na Serra. De acordo com o capitão, ações de patrulhamento bem específicas têm acontecido na porta de distribuidoras na Serra desde o início deste ano e um fato grave como esse nunca havia ocorrido.
"A quantidade de distribuidoras traz muitos transtornos. Vemos episódios de "Mandela" ao redor, com a quantidade de venda naquela região. Durante esse ano foram três operações por semana. Quando foi necessário usar força, foi de forma legal", explicou.
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A apuração da ação do policial será realizada pela Corregedoria da Polícia Militar. Somente após o parecer final, a depender da conclusão do inquérito, ele pode até ser expulso da corporação.
"Vamos abrir um procedimento. A sanção para ele vai desde a suspensão até a demissão. Depende de todos os fatos a serem apurados e o encarregado vai dar um parecer", disse o capitão.
A distância de segurança que uma autoridade de segurança pública deve manter quanto ao uso do spray de pimenta também será pauta da investigação. Isso porque as imagens mostram que o militar se aproximou muito da vítima ao usar o produto.
"O uso do material não letal, como o spray de pimenta, deve obedecer uma distância mínima, que também será apurada na investigação", afirmou.
A Polícia Militar, por meio da Corregedoria, informou que o Inquérito Policial Militar (IPM) será instaurado nesta segunda-feira (10), determinando o afastamento cautelar do militar em questão.
A PMES disse ainda que o fato é de conhecimento do comando do 6º Batalhão, que afastou preventivamente o policial das atividades operacionais nesta data.
"A Polícia Militar não coaduna com abusos e nem ações que vão contra os valores da Polícia Militar. A população pode continuar confiando na corporação", finalizou o capitão.
"Abordagem não pode ser assim", diz vítima
As imagens registradas pelas câmeras do estabelecimento mostram o jovem encostado na parede quando o PM agita e dispara o spray de pimenta contra o rosto do jovem.
Ele limpa o rosto com a camisa e depois mostra que a cena está sendo gravada. Novamente o militar joga o spray no rapaz. O policial militar chuta o jovem, que cai na hora. Pela terceira vez o spray é disparado e em seguida a vítima recebe um tapa.
À reportagem da TV Vitória, o rapaz afirmou que se sentiu constrangido. Ele contou que estava bebendo na casa de um amigo e, antes de ir para casa, resolveu passar na distribuidora localizada na Avenida Central do bairro para comprar cigarro.
O rapaz agredido afirma que estava aproveitando o único dia folga que tem na semana e jamais esperava passar por essa situação.
Ainda de acordo com a vítima, ele aguardava ser atendido quando os policiais chegaram. Os militares teriam ordenado que todos fosse embora, mas o jovem continuou esperando e foi neste momento que as agressões começaram.
O jovem conta que outras pessoas estavam no local no momento em que tudo aconteceu, mas nega que estivesse acontecendo um baile clandestino na rua.
*Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória/Record TV