Polícia

Morte em condomínio: amigo de policial pode responder por crime, diz polícia

Nas imagens que registraram o crime, o homem parece empurrar a vítima. A polícia acredita que isso possa ter impossibilitado a defesa do músico que foi morto

Foto: Reprodução

O amigo do soldado da Polícia Militar que atirou no músico Guilherme Rocha, de 37 anos, durante uma discussão por causa do som alto em um condomínio do bairro Jardim Camburi, em Vitória, pode ser indiciado pela Polícia Civil.

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´Durante uma coletiva nesta terça-feira (18), o titular da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa, delegado Marcelo Cavalcanti, explicou que o homem que aparece nas imagens das câmeras que registraram o crime junto com o policial Lucas Torrezani, de 28 anos, pode ser responsabilizado judicialmente. 

No vídeo, o homem, que não teve o nome divulgado, parece empurrar a vítima o que pode indicar uma tentativa de impossibilidade de defesa da vítima.

"Fica evidente que o amigo do suspeito empurra a vitima no momento em que ela mais precisa se defender, o que impossibilitou sua defesa. Isso está sendo investigado. Ele vai ser ouvido", pontuou o delegado.

As imagens das câmeras de segurança do condomínio em que a vítima morava mostram o momento em que Guilherme sai e parece discutir com o policial e o amigo dele. Logo, o soldado de folga saca a arma. O amigo do policial parece empurrar a vítima e, em seguida, o rapaz cai no chão ferido.

Guilherme não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O suspeito foi levado para a delegacia após o crime, mas foi liberado. Na ocasião, segundo a polícia, ele alegou que atirou em legitima defesa. No entanto, após ouvir testemunhas e verificar as imagens das câmeras de segurança, a policia chegou a conclusão que ele agiu de forma cruel.

"As imagens de videomonitoramento deixam claro que o suspeito não agiu em legitima defesa. Pelo contrário, ele executou a vitima de forma cruel, sem possibilitar um meio de defesa", disse Cavalcanti.

O suspeito só foi preso após a Justiça emitir um mandado de prisão preventiva solicitado pelo delegado de plantão que deu inicio as investigações. 

"É bom ficar claro que, quando o delegado de plantão recebe as ocorrências, são apresentados os fatos naquelas circunstâncias. Apenas foi apresentado a versão do autor. O delegado, inicialmente, não teve acesso ao videomonitoramento e nem as testemunhas. Apesar daquele momento a história de legitima defesa apresentada pelo autor não se sustentar, o delegado foi prudente", explicou.

PM tinha ocorrências registrada em condomínio

De acordo com as primeiras informações apuradas pelos investigadores, o crime teria ocorrido após uma discussão por conta do som alto do policial na porta do condomínio da vítima.

O delegado titular da DHPP de Vitória disse que o suspeito já tinha pelo menos outras duas ocorrências registradas pelo mesmo motivo: som alto na porta do condomínio.

"O que a gente conseguiu apurar ontem é que o suspeito saia do hall do prédio dele e ia para o hall do prédio da vitima com amigos para consumir bebidas e fazer algazarras. Foi constatado que existem, pelo menos, duas ocorrências em que a vítima e os moradores reclamam da situação feita pelo acusado", explico Cavalcanti.

O que diz a defesa do policial militar

Em nota, a defesa de Lucas Torrezani disse que "não vislumbra os elementos para a decretação da prisão temporária" e que atuará "dentro dos estritos limites da legalidade a fim de revogar tal decisão e junto com as autoridades competentes contribuir para a devida e adequada aplicação da lei".

*Com informações da repórter Nathalia Munhão, da TV Vitória/Record TV.

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