Associação nacional sugere que advogados de Georgeval abandonem júri no primeiro dia
Segundo publicação em rede social, presidente da Anacrim afirma que Davi Barroso, Pedro Henrique Ramos, Robert Limoeiro e Gabriel Mendes estão sendo ameaçados
Às vésperas do júri do caso da morte dos irmãos Joaquim Alves, de 3 anos, e o Kauã Butkovsky, de 6, o presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal União (Anacrim), James Walker Júnior, foi até as redes sociais para alegar que os advogados de defesa do ex-pastor Georgeval Alves abandonem o júri.
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Georgeval é acusado torturar, violentar e matar o filho Joaquim Alves, de 3 anos, e o enteado Kauã Butkovsky, 6 anos, em 2018.
Segundo a publicação, James afirma que Davi Barroso, Pedro Henrique Ramos, Robert Limoeiro e Gabriel Mendes estão sendo ameaçados de todas as formas possíveis. Além disso, ele afirma que os advogado realizaram um pedido para que o júri deixasse Linhares.
"Eu tive acesso à essas ameaças, são mensagens alegando que eles devem ser linchados, agredidos e até mesmo mortos", descreve.
Durante a fala, o presidente da associação questiona o Poder Público do Espírito Santo, perguntando como vão deixar os advogados enfrentaram o tribunal do Júri diante das situações apresentadas.
"Como quatro jovens advogados podem enfrentar um caso emblemático, de grande repercussão do júri, com a complexidade que tem, ainda mais quando se trata de um tribunal do júri sob a ameaça de morte? Pergunto se o judiciário a qualquer momento não se preocupou?", destaca James.
Segundo James, foi realizada uma liminar para que o júri fosse transferido de Linhares para Vitória, entretanto, foi negada pelo desembargador. Com a medida, o advogado destaca que, a Anacrim vai tentar impedir que o julgamento comece na manhã desta segunda-feira (03).
"Caso não seja, a orientação é que a defesa se retire no primeiro minuto da audiência. Vamos enfrentar a situação pela via própria, de forma serena, calma e com capacidade, de enfrentar os problemas, mas nós não vamos nos furtar", diz James.
Os advogados que atuam como assistentes de acusação, Síderson Vitorino e Lharyssa Almeida, contratados pela família de Kauã, afirmam que já estão prontos, juntamente com sua equipe para percorrer todo o caminho até a condenação de Georgeval. "E que a suspensão dos trabalhos do júri só prolonga um sofrimento que precisa chegar a um desfecho", dizem em resposta.
Veja o vídeo:
A reportagem do Folha Vitória entrou em contato com a defesa do ex-pastor, o advogado Pedro Henrique Ramos, por meio do WhatsApp, para saber o posicionamento tomado acerca dos fatos. Entretanto, não houve retorno até a publicação desta matéria.
Ex-pastor será submetido a júri por crime cometido em 2018 e haverá reforço policial
Georgeval vai a júri popular quase cinco anos após o crime em que é acusado de ter estuprado e matado o próprio filho e o enteado.
Contra ele pesam os crimes de duplo homicídio qualificado, estupros de vulneráveis e tortura. O caso causou muita comoção no Espírito Santo, o que torna o julgamento do ex-pastor um dos mais esperados dos últimos tempos.
Diante da complexidade do caso, cujos indícios apontam para a presença de requintes de crueldade, é possível que o julgamento se estenda por dias, na avaliação de especialistas.
Para a ocasião do Júri, a Justiça do Espírito Santo solicitou reforço policial para o julgamento do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves, marcado para acontecer na próxima segunda-feira (03), em Linhares, no Norte do Espírito Santo.
De acordo com informações do Tribunal de Justiça (TJES), o reforço foi solicitado à Polícia Militar (PMES) e à Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável pela polícia penal. A quantidade de agentes que atuarão no reforço da segurança do júri popular não foi informada.
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