Polícia

PM não matou homem em casa de show de Vitória, aponta investigação

A informação inicial apontava para a possível ligação de um policial no caso, mas, após analisar imagens das câmeras de segurança, a polícia descartou essa possibilidade e afirmou ainda que o policial ajudou na ocorrência

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/ Polícia Civil

A investigação da Polícia Civil aponta que o homem que atirou e matou Eduardo Chaves Camilo, de 32 anos, e deixou uma mulher ferida dentro de uma casa de show, em Vitória, não é um policial militar, como se suspeitou inicialmente.

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O crime aconteceu na madrugada de 16 de abril. Inicialmente, a ocorrência do caso sugeria que havia a participação de um policial militar. Segundo a polícia, as imagens das câmeras de videomonitoramento foram fundamentais para esclarecer o ocorrido.

As imagens foram divulgadas durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (24). Os vídeos mostram o momento em que o suspeito, de bermuda branca e camisa marrom, chega na casa de show e é revistado.

Pouco antes da vítima ser baleada, o suspeito saiu e voltou seis minutos depois. Ao entrar na casa de show, o homem paga novamente a taxa e passa rapidamente e de forma superficial pela revista na portaria. 

A polícia acredita que no momento em que ele saiu da casa de show teria ido buscar a arma usada no crime.

"Nós achamos que ele foi para curtir e viu o alvo. Foi um crime de oportunidade. 'Opa, vou no meu carro pegar a arma.' É quando ele sai e volta", disse o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.

A casa de shows tem um livro em que são registradas as armas de fogo de agentes de segurança pública que entram no local. Segundo informou a Polícia Militar na ocasião, no livro constam informações como nome, data e horário de entrada e saída de policiais, calibre da arma e entre outros dados relacionados aos cargos dos agentes.

Segundo consta na ocorrência, um dos investigadores da Polícia Civil disse que foram recolhidos estojos de calibre 9mm. A informação poderia colaborar para o possível envolvimento do militar no crime.

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Mas, de acordo com o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital, delegado Marcelo Cavalcanti, o suspeito não é policial. 

As imagens das câmeras de segurança e a roupa usada pelo homem que efetua os disparos ajudaram a polícia a identificar o autor do crime, que não teve o nome divulgado porque a investigação ainda está em andamento.

O vídeo mostra o momento em que os policiais militares entram no local, com vestimentas diferentes. Além das imagens, a polícia também ouviu depoimentos e colheu outras provas antes de descartar o envolvimento dos policiais.

"Considerando todos os elementos constantes nos autos, principalmente, neste momento inicial, o sistema de videomonitoramento da casa de show, que esse fato não foi praticado por policial militar. As imagens são claras. O autor é um individuo que está de bermuda branca e camisa marrom, que efetua os disparos. Ele estava com roupas diferentes dos policiais militares", destacou o delegado. 

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O delegado lembrou ainda que, após o crime, os policiais militares prestaram socorro às vítimas e ficaram dentro do estabelecimento até a chegada da guarnição municipal.

Crime pode ter relação com tráfico de drogas

O autor do crime já foi identificado pela polícia. Ele já tem várias passagens pela justiça e teria envolvimento com o tráfico de drogas. As investigações ainda não foram concluídas, mas a polícia acredita que pode ter relação com o tráfico de drogas.

"Todos que estavam na casa de show foram identificados, todos que podem ter armas. O registro de porte de arma foram juntados aos autos. Não havia apenas os dois policiais militares, haviam outras pessoas no local que portavam arma de fogo. Temos quatro armas de fogo do mesmo calibre que o utilizado no crime apreendias para ser submetidas a exames", disse.

Uma das armas foi encontrada na cintura de um homem morto neste fim de semana no bairro Bela Vista, em Cariacica.

"Estamos verificando todas as informações. Na data de ontem, surgiu uma informação que o individuo morto poderia ser, reforçando, poderia ser o autor do homicídio que aconteceu na casa de show", frisou Cavalcanti. 

Polícia vai investigar se houve falha em revista

A polícia ainda vai investigar se houve alguma falha na revista realizada na entrada da casa de show, que fica no bairro Mario Cyprestes, já que o suspeito conseguiu entrar armado no local.

"A Polícia Civil vai investigar todos os fatos e, independente de quem os praticou, de quem ajudou, se ficar comprovada a participação, vai responder pelo crime", disse o delegado.
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