Babá flagrada agredindo bebê em Vitória responderá por maus tratos
Segundo a Polícia Civil, a mulher já foi ouvida pelo delegado responsável pelo caso e, durante depoimento, ela confessou as acusações
A cuidadora de crianças flagrada usando o celular para bater na cabeça de um bebê de apenas cinco meses, no bairro Maria Ortiz, em Vitória, responderá em liberdade pelo crime de maus tratos. De acordo com a Polícia Civil, o inquérito já foi remetido à Justiça.
Ainda segundo a PCES, o delegado responsável pelo caso identificou a autora das agressões, dona de uma creche no bairro, intimou ela para prestar esclarecimentos e, durante o depoimento, ela confessou as acusações. A mulher, identificada como Francisca Alves da Cunha Ramos, de 66 anos, assinou um termo circunstanciado por maus tratos.
A Polícia Civil informou ainda que a denúncia chegou diretamente à Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Políticas sobre Drogas da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, que tomou o depoimento da mãe da vítima e encaminhou o caso à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), para início das investigações.
A ajudante de creche, Giliana Aguiar Ribeiro, de 29 anos, também foi autuada pelo mesmo crime. No vídeo que mostra o flagrante, ela aparece ao lado da cuidadora e também comete agressões contra a bebê. Ela também prestou depoimento na DPCA e assinou termo circunstanciado.
Vídeo
As agressões cometidas pela cuidadora e pela ajudante foram registradas em um vídeo, feito do telhado da casa onde funcionava a creche. As imagens mostram que a criança chorava muito, o que teria irritado Francisca, que atingiu a cabeça da bebê com um celular. O vídeo também mostra Giliana cobrindo o rosto do bebê com uma fralda, na tentativa de abafar o choro.
A avó da criança, a dona de casa Dijanira da Penha Rocha, conta que ficou muito revoltada após assistir ao vídeo. "Eu não sabia que ela ia fazer isso com a menina. Fiquei muito triste. Arrepiei todinha. Cinco meses e fazer isso com a bichinha? Não tem como", disse.
Procurada pela reportagem da TV Vitória/Record, Francisca, também conhecida como "Tia Fran", não foi encontrada em sua residência. Vizinhos da babá disseram que, desde que as imagens se espalharam pelas redes sociais, ela sumiu de casa.
Maus tratos
Uma das vizinhas da acusada, que não quis se identificar, contou que chegava a chorar quando ouvia gritos e palavrões vindos da casa da cuidadora e que percebia o sofrimento das crianças.
"Várias vezes chegando do trabalho - eu sempre chegava no horário de uma hora, que é o horário de alimentar as crianças, de descansar - e várias vezes a gente ouvia palavrões com as crianças. Elas choravam muito. Às vezes eu e meu marido chorávamos porque também precisamos deixar com cuidadores. A gente ouvia muito choro, muito palavrão, mandava as crianças calarem a boca", contou a vizinha.
A mulher disse também que a babá cuida de crianças há muitos anos e que sempre percebeu maus tratos. "Tem muito tempo que ela cuida de criança. Por muito tempo a gente ouvia aqui e eu até cheguei a comentar com meu marido: 'se a pessoa não tem paciência é melhor não cuidar'", completou.