Caso Milena Gottardi: julgamento dos réus será no dia 23 de agosto
Inicialmente, o julgamento dos seis réus estava marcado para acontecer no dia 8 de março deste ano, mas foi adiado pela Justiça
A Justiça marcou para o dia 23 de agosto o julgamento dos seis acusados de envolvimento no assassinato da médica Milena Gottardi, morta em setembro de 2017. A decisão é do juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória. O júri será realizado a partir das 9 horas.
O julgamento será realizado no Fórum de Vitória. A defesa do ex-marido de Milena, Hilário Antonio Fiorot Frasson, apontado como um dos mandantes do crime, chegou a pedir que o júri fosse realizado em uma cidade do interior do estado, alegando que as pessoas que vão compor o júri, moradoras da capital, já fizeram um pré-julgamento sobre o réu. No entanto, o pedido foi negado pelos cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
Inicialmente, o julgamento dos seis réus estava marcado para acontecer no dia 8 de março. No entanto, o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama decidiu suspender o júri até que fosse julgado o pedido de desaforamento — transferência do julgamento de um crime doloso contra a vida para outro local — feito pela defesa de Hilário.
Relembre o caso
A oncologista Milena Gottardi foi baleada na cabeça quando saía do Hospital das Clínicas, no bairro Maruípe, em Vitória, no dia 14 de setembro de 2017. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral. A médica morreu aos 38 anos e deixou duas filhas.
Inicialmente, a polícia suspeitou de uma tentativa de assalto. No entanto, as investigações apontaram que se tratou de um crime encomendado, cujos mandantes seriam o então marido da médica, Hilário Frasson, e o pai dele, Esperidião Frasson.
Ainda de acordo com as investigações, o assassinato teve dois intermediários: Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho. Eles, por sua vez, teriam feito a ponte entre os mandantes e os acusados de serem os executores, Dionatas Alves Vieira, o atirador, e Bruno Rodrigues Broetto, primo de Dionatas, que teria roubado a moto para a execução do crime.
Demissão
Na época do assassinato da médica, Hilário Frasson pertencia aos quadros da Polícia Civil do Espírito Santo. Por causa do crime, um procedimento interno foi instaurado contra Hilário Frasson, que resultou na expulsão dele da corporação.
O decreto estadual que oficializou a demissão de Hilário Frasson da PCES foi publicado no Diário Oficial do dia 14 de setembro deste ano. De acordo com o decreto, assinado pelo governador Renato Casagrande, o ex-policial também não poderá exercer qualquer função no funcionalismo público por dez anos.
Mesmo preso e sem trabalhar, Hilário continuava recebendo salário em função de seu cargo na PCES. De acordo com o portal da transparência, em agosto, o ex-policial civil recebeu salário líquido de mais de R$ 4,5 mil.