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Polícia Militar confirma ligação entre incêndio a ônibus e morte de jovem na Serra

Moradores e familiares alegam que o rapaz morreu injustamente; a Polícia Militar afirma que o jovem tentou disparar contra a viaturas durante uma abordagem

Foto: Reprodução

A Polícia Militar confirmou que o incêndio a um ônibus no bairro Nova Carapina 1, na Serra, ocorrido na tarde desta sexta-feira (07) está relacionado com a morte de um jovem Wanderson de Araújo Soares, de 21 anos, baleado durante uma abordagem policial no bairro Cidade Pomar, no mesmo município.

A sequência de fatos teve início com um protesto feito por moradores do bairro Cidade Pomar a manhã desta sexta-feira. Com cartazes e pneus queimados nas principais vias do bairro, os manifestantes pediam justiça pela morte do jovem que foi baleado na madrugada desta sexta-feira. De acordo com a polícia, antes de ser atingido, Wanderson tentou atirar contra os policiais.

“O cidadão que foi alvejado portava arma de fogo e tentou contra a vida dos policiais. Nesse momento, os disparos foram revidados. O cidadão, que inclusive tem outras passagens pelo sistema de segurança pública por tráfico de drogas e por receptação, é reincidente no cometimento de crimes e nessa ocasião, infelizmente, que ele poderia ter sido preso novamente por tráfico de drogas e porte ilegal de arma, ele resolveu reagir e diante da reação dele ele foi alvejado”, explicou o capital Thales, da Polícia Militar.

O capitão disse ainda que o jovem chegou a ser socorrido pela própria Polícia Militar, mas acabou morrendo quando chegou no hospital.

Familiares e moradores de Cidade Pomar, no entanto, alegam que Wanderson era trabalhador e não estava armado. A namorada contou para os militares que o rapaz tinha ido buscar ela no trabalho e eles estavam voltando para casa.

Ônibus incendiado

Nesta sexta-feira, além dos protestos em Cidade Pomar, a Polícia Militar precisou atender uma ocorrência de incêndio a um ônibus do sistema Transcol próximo a entrada do bairro Nova Carapina 1. Quatro homens atearam fogo no coletivo que faz a linha 833.

As duas ocorrências foram registradas em bairros próximos. Segundo o capitão Thales, o protesto e o ataque ao ônibus estão ligados, pois seria uma forma de retaliação à morte do jovem de 21 anos.

“São informações que a gente recebe da própria população que dá conta de que há relação entre a queima do ônibus e a morte do rapaz. Entretanto, a gente precisa ressaltar mais um ponto. Se o protesto busca a paz e justiça a gente vê que há, no mínimo, uma controvérsia pois houveram trabalhadores sendo obrigados a fecharem seus comércios”, pontuou.

Sobre a ocorrência do ataque ao ônibus, os suspeitos estão sendo procurados e durante os protestos, uma mulher acabou detida.

“Ela já foi flagrada pelas guarnições em alguns momentos depredando patrimônio público e lançando pedras e rojões em viaturas. Além disso, estava pichando paredes, e inclusive, já foi fotografada pelos militares. Em determinado momento, essa cidadã passou pelas guarnições tranquilamente como se estivesse no anonimato, mas foi reconhecida imediatamente, detida e conduzida à delegacia”, disse o capitão.

* Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/RecordTV