"Quero que ele apodreça na cadeia", diz tia de jovem morta a facadas no Centro de Vitória
A tia de Ana Carolina, morta na última segunda-feira (15), desabafou sobre a morte precoce da jovem, que perdeu a vida forma tão brutal na última segunda-feira (15)
Familiares de Ana Carolina Kurth, assassinada a facadas dentro de um apartamento no Centro de Vitória, estiveram no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na quarta-feira (17), para prestar depoimento. O principal suspeito de cometer o crime é o namorado da jovem, que foi preso horas após comparecer à delegacia.
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Em entrevista à imprensa, saída da DHPP, Tânia Madalena Rocha, tia de Ana Carolina, contou que a criou como uma filha e desabafou sobre a morte precoce da jovem, que perdeu a vida forma tão brutal.
"Ela era um doce de pessoa, não merecia isso. Aliás, ninguém merece, mulher nenhuma. Ela acreditou naquele monstro, que era boa pessoa. Me fizeram acreditar que estavam cuidando dela. Ela trabalhava perto da minha casa e eu sempre estava olhando, cuidando, então eu acreditei e me afastei, porque queria que ela fosse feliz", disse Tânia.
Ana Carolina, que era de Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do Espírito Santo, morava no prédio com o namorado há cerca de 3 meses e, segundo a tia, aparentava estar feliz no relacionamento.
"A gente quer justiça, porque a minha sobrinha, filha de coração, era uma menina linda, meiga, dócil e gentil. Ela estava feliz, aparentemente. Não imaginava jamais que estava passando por tudo aquilo, o horror que ela passou na mão daquele monstro. Não satisfeito, ele esfaqueou ela, fechou a porta, saiu com a mochila, depois de um banho, e foi embora viajar, como se nada estivesse acontecido. Simplesmente foi embora", desabafou a tia.
O suspeito de cometer o crime, também de 24 anos, é estudante de Direito. Ele assumiu a autoria do crime e foi entregue ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vitória.
A advogada dele, Lidiane Lahass, foi contatada pela reportagem após a prisão, mas informou que não podia dar mais detalhes, pois estava acompanhando o cliente na delegacia.
A defesa chegou a alegar que o rapaz é diagnosticado com esquizofrenia e que os laudos devem ser apresentados à Justiça.
Para a família de Ana Carolina, nada vai amenizar a dor de perder a jovem. Agora, eles esperam por justiça e desejam que o suspeito pague pelo crime que cometeu.
"Ele tem que pagar, tem que ser preso, tem que ficar até o fim da vida dele lá. Quero que ele apodreça lá, porque isso não se faz com ninguém, com mulher nenhuma."
Vídeo mostra suspeito saindo de apartamento
Imagens da câmera de videomonitoramento do prédio em que Ana Carolina morava e foi assassinada, mostram o momento em que o namorado dela deixa o local.
No vídeo, gravado às 15h33, o suspeito aparece fechando a porta do apartamento. Com cabelo preso e mochila nas costas, ele aciona o elevador duas vezes e aparenta nervosismo, andando no corredor de um lado para o outro.
Ao entrar no elevador, o suspeito encontra com uma pessoa, que estava saindo. Não há informações, até o momento, se os dois são conhecidos, mas as imagens mostram que eles desceram juntos para outro andar.
Ana Carolina foi morta dentro do apartamento
O assassinato aconteceu na tarde de segunda-feira (15), no apartamento em que Ana Carolina morava com o namorado. Ela era de Santa Maria de Jetibá, município da região Serrana do Espírito Santo, e morava com o rapaz há cerca de 3 meses.
Momentos antes, vizinhos ouviram gritos e pedidos de socorro por parte dela e, logo depois, viram o jovem deixando o prédio pela porta da frente. Eles arrombaram a porta do imóvel e encontraram o corpo da jovem.
Ainda de acordo com eles, as brigas entre o casal eram constantes e, inclusive, a polícia já chegou a ser acionada algumas vezes. Quando os militares chegavam, no entanto, Ana Carolina afirmava que nada havia acontecido.
"Eles brigavam muito e isso abalava muito, não só aqui no prédio, mas o Centro que fica muito silencioso no final de semana. Todo mundo ouvia eles brigando. Tanto que as pessoas chamaram a polícia algumas vezes. Os policiais vinham e ela dizia que nada tinha acontecido. A gente ficava sem saber o que fazer", relembra uma vizinha.
A defesa do namorado de Ana Carolina afirmou, em entrevista ao Folha Vitória na quarta-feira (17), que o estudante de Direito, também de 24 anos, assumiu a autoria do crime.
Antes de ser preso, ele chegou a prestar depoimento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher por mais de uma hora, mas foi liberado.
De acordo com a advogada Lidiane Lahas, ele se apresentou voluntariamente e todo o procedimento foi realizado na delegacia. Segundo ela, ele saiu do local do crime para fugir do flagrante, pois "ficou sem saber o que fazer".
A defesa destacou ainda que o namorado da vítima é diagnosticado com esquizofrenia e que ele não teria saído do local para "fugir do flagrante", mas sim para escapar da situação.
O que diz a Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil esclareceu que a legislação brasileira estabelece que a prisão de suspeitos só deve ocorrer em situações de flagrante delito ou mediante mandado de prisão em aberto. No caso em questão, não se configurou nenhuma das duas ocasiões. Dessa forma, o suspeito foi liberado, em primeiro momento.
“Após a juntada de provas que consubstanciassem a emissão do mandado de prisão, o pedido foi realizado ao Judiciário e foi deferido. Diligenciamos e tivemos êxito em prendê-lo, no Centro de Vitória. Ele não resistiu à prisão e foi encaminhado à sede do DEHPP, no Barro Vermelho, também na Capital”, disse o delegado Ricardo Almeida, chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP).
O suspeito foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana, onde permanece à disposição da Justiça. O caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
Com informações da TV Vitória/Record TV.
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