Polícia

Ministério Público denuncia motorista que atropelou e matou adolescente na Serra

Karen Moreira Barbosa, de 16 anos, foi atropelada enquanto caminhava com a mãe; homem foi solto após passar por audiência de custódia

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
Foto: Arte/Folha Vitória

O homem suspeito de atropelar a matar a adolescente Karen Moreira Barbosa, de 16 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). O caso aconteceu em janeiro deste ano, no bairro Jacaraípe, na Serra

A jovem estava caminhando com a mãe em uma ciclofaixa quando o motorista, com um caminhão, invadiu a contramão, atropelou e matou a menina. Ele estava sob influência de álcool e não prestou socorro à vítima, conforme a investigação.

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A conclusão do inquérito da Polícia Civil aponta homicídio qualificado, com agravantes e recurso que impossibilitasse a defesa da vítima, além de dirigir sob a influência de álcool. No sangue do indiciado, conforme teste do etilômetro, havia 0,38 mg/l de álcool. 

Os depoimentos prestados acerca do caso relatam que o motorista, após o acidente, acendeu um cigarro e não concedeu qualquer tipo de auxílio à vítima. Por conta destes fatores, a promotoria do MPES, com base no inquérito da Polícia Civil, requer que o denunciado vá a júri popular.

Dentre os pontos destacados, a investigação aponta que o homem “adquiriu e ingeriu bebida alcoólica; dirigiu sob influência de álcool; dirigiu com sua capacidade psicomotora alterada; perdeu o controle do veículo; subiu no canteiro central da via de circulação; atropelou a vítima; passou com o veículo por cima do corpo da vítima; não se importou com as lesões e estado da vítima; não prestou socorro à vítima; e matou a vítima”.

“O denunciado conduziu imprudentemente o veículo em uma via pública durante o horário comercial, quando havia muitos transeuntes, ciente de que sua conduta perigosa poderia causar danos à coletividade, incluindo a possibilidade de morte de outros pedestres”, diz o MPES. 

Na época do crime ele chegou a ser autuado, passou por audiência de custódia, mas foi decidido que poderia responder ao processo em liberdade.

Agora, quatro meses após o crime, no entanto, a delegacia representou pela previsão preventiva do denunciado e suspensão da habilitação de trânsito. O MPES, porém, ainda não se manifestou sobre a prisão do homem. 

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O advogado da família e assistente de acusação no caso, Fábio Marçal, considerou justa a manifestação.

“Não pode haver impunidade numa situação tão calamitosa como esta. O que aconteceu foi um crime gravíssimo, no qual o denunciado sequer prestou socorro. Teve total desprezo pela vítima e assumiu o risco de cometer um delito a partir do momento em que decidiu dirigir depois de beber. Repito o que temos falado ao longo deste caso e de outros: não é uma resposta à família, mas para a sociedade. Não é possível dia após dia haver tantas mortes assim, especialmente ao longo do Maio Amarelo”, disse.

Em entrevista ao Folha Vitória, o jurista fez um desabafo sobre a crueldade do crime e pede agilidade da Justiça.

"O homem, depois que atropelou a menina, parou ainda para fumar um cigarro e não prestou socorro. Quem é que entregou esse carro a este homem alcoolizado? É uma falta de cautela... O judiciário tem que ter mais empatia sobre essa situação. A menina não estava se expondo ao risco, ele estava caminhando com a mãe dela e aconteceu isso. Tem que ter agilidade da Justiça", desabafou. 

Relembre o caso

No dia 16 de janeiro de 2024, Karen Moreira Barbosa, de 16 anos, estava caminhando com a mãe na ciclovia da Avenida Talma Rodrigues, no bairro Jacaraípe, na Serra.

O caminhão, no entanto, não fez a curva necessária na avenida, invadiu o canteiro central e atingiu a adolescente. Por conta da velocidade, o veículo foi parar, inclusive, somente do outro lado da via.

A adolescente teve várias fraturas na bacia e na perna. Karen foi socorrida e levada para o Hospital Estadual Jayme Santos Neves, localizado na mesma cidade, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte, em 17 de janeiro.


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