A motivação do crime que tirou a vida do DJ capixaba e produtor musical Thiago Crei, ainda em maio, já é conhecida. Ao ter sido preso nesta segunda-feira (27), o suspeito, de 21 anos, contou que a razão das facadas foi uma discussão que os dois amigos tiveram no carro, por causa de uma gravação de vídeo íntimo. A polícia até agora não encontrou o aparelho e o suspeito afirma que jogou o celular de Thiago em um valão.
O registro teria causado insatisfação no jovem, que acabou achando uma faca e golpeando a vítima. Os dois entraram em luta corporal, sendo que o suspeito chegou a ser ferido na perna. Thiago saiu do carro, foi perseguido, se jogou no mato e acabou morrendo. Os dois teriam feito uso de drogas no veículo.
O titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vila Velha, o delegado Tarik Halabi Souki, contou o passo a passo do encontro entre os dois, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (28). “As investigações indicaram que ele marcou um encontro com o Thiago. A vítima foi até próximo da casa do executor e depois os dois foram a um local conhecido desse autor do crime. Lá, eles passaram a usar entorpecentes”, iniciou.
“Segundo o executor, houve uma discussão no interior do veículo, relacionada à utilização do telefone celular. Ele contou que não levou uma faca, mas tinha uma ao lado do carona. Ele então pegou e passou a desferir golpes. O próprio assassino também ficou ferido. Thiago saiu do veículo, ainda sendo golpeado e se jogou no mato. O suspeito foi então para o lado do motorista, pegou o carro e fugiu, estacionando perto da sua residência”, contou a autoridade policial
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Confissão
O suspeito de 21 anos confessou o assassinato cometido em maio, no bairro Ataíde, em Vila Velha, e chorou no momento da prisão. Segundo informações da Polícia Civil, divulgada em coletiva de imprensa realizada nesta terça (28), o jovem não contava com passagens criminais anteriores.
Segundo o delegado Souki, uma equipe esteve, durante as investigações, já no dia seguinte ao corpo do DJ ter sido encontrado, na casa da vítima, onde foi feita uma análise no computador do produtor musical.
Ao serem lidas as conversas no aplicativo Instagram, a polícia percebeu que havia um diálogo com um perfil que já havia sido apagado. Nas mensagens, havia um encontro marcado.
O teor da conversa que ainda estava registrada era “vem aqui em casa, me busca, pergunta a fulano onde eu moro. Vem que vai dar bom”. Thiago Silva dos Santos, de 28 anos, foi então ao local combinado, na noite de 9 de maio, e acabou perdendo a vida.
Após o assassinato, segundo contou a polícia em coletiva, o suspeito fugiu levando o carro do DJ capixaba. Filmagens obtidas durante as investigações mostram o suspeito deixando o carro em um ponto e voltando a pé.
De acordo com o delegado, a polícia descartou participação de uma segunda pessoa e acredita que o crime não tenha sido premeditado, já que a faca estava no carro da vítima.
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Marcas de sangue encontradas no asfalto confirmam a versão do suspeito de que Thiago correu ferido em direção ao matagal.
Para encontrar o suspeito, foi feita uma busca no sistema, em que foi encontrado o nome e o endereço dele. Já na residência dele, o rapaz foi preso e confessou o crime, dizendo que já esperava ser preso, por ter sido um crime de grande repercussão.
Por fim, foi autuado por homicídio qualificado e levado ao Centro de Triagem de Viana.
Relembre o caso
O DJ e produtor musical foi encontrado morto em uma região de mata há quase dois meses, na manhã de 10 de maio. Conhecido principalmente nas redes sociais, com cerca de 90 mil seguidores, Thiago Crei fez uma postagem para a divulgação de um show na noite anterior.
O corpo do rapaz foi localizado por uma mulher que caminhava pelo bairro Ataíde. Ela acionou a polícia. Os peritos identificaram que o rapaz foi morto com facadas em todas as partes do corpo, inclusive no rosto. Ao todo, foram mais de 12 golpes. No bolso da bermuda, os policiais encontraram cerca de R$ 1 mil em dinheiro.
Equipes da Polícia Militar e investigadores e peritos da Polícia Civil estiveram no local. O corpo foi recolhido e levado para o Departamento Médico Legal, em Vitória.
As marcas de sangue no asfalto próximo ao local onde o corpo foi encontrado, segundo a polícia, indicam que o rapaz foi arrastado, depois de ferido, para o matagal. Thiago não estava com os documentos quando foi encontrado. O DJ foi identificado pelas tatuagens no peito.