Polícia

Operação fecha empresas de kit gás veicular na Serra e em Vila Velha

Investigação da Polícia Civil em conjunto com o Procon Estadual suspeita que quase 40 mil veículos circulam no Espírito Santo com equipamentos irregulares de GNV

Foto: Divulgação/Sesp
Cilindros utilizados em kit gás veicular estavam armazenados de forma irregular

Uma operação conjunta da Polícia Civil e órgãos de defesa do consumidor fechou, nesta quinta-feira (22), empresas instaladoras de gás veicular suspeitas de revender botijas reprovadas em testes de segurança. 

A ação interditou duas revendas, uma em Vila Velha e outra na Serra, por força de determinação judicial. Ninguém foi preso e os nomes dos estabelecimentos não foram divulgados.

Foto: Divulgação/Sesp

As empresas tinham alvará de funcionamento, mas são suspeitas de terem repassado material irregular para revendedores ilegais. Elas forneciam documentos falsos para auxiliar a venda de cilindros e válvulas reprovadas por instaladores não autorizados. 

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No Espírito Santo, existem 36.700 automóveis movidos a gás natural veicular (GNV) legalizados. A polícia estima que haja o mesmo número de veículos rodando irregularmente. Sem a devida segurança, existe risco de explosão.

Foto: Divulgação/Sesp

A fraude colocava em risco toda população, uma vez que esse material acaba sendo usado por taxistas e motoristas de aplicativos.

Nos dois locais, os agentes encontraram botijas de gás reprovadas em testes de qualidade, que por lei deveriam ter sido descartadas. Em uma delas, um botijão estava com vazamento. 

Foto: Divulgação/Sesp
Operação encontrou uma botija com vazamento e que deveria ter sido descartada

A investigação começou há um ano e meio e foi motivada após um motorista fazer uma reclamação sobre a qualidade do cilindro de gás instalado em seu veículo. 

Na época, a polícia indiciou três pessoas pela venda do material, e agora chegou aos suspeitos do fornecimento. 

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O delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), explicou o funcionamento do esquema. 

"Algumas empresas que não tinham autorização para funcionamento forneciam kit gás com uma válvula ou cilindro reprovados e que não davam condições de segurança ao consumidor. Para enganar os consumidores, elas apresentavam um documento falso de teste de qualidade desses produtos e os forneciam para revenda em empresas menores. Os motoristas eram enganados ao comprar um produto clandestino", detalhou. 

Esta terceira fase da operação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em conjunto com o Procon Estadual e a comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa (Ales).

O inquérito que investiga a venda irregular de cilindros de gás natural ainda está em andamento e o fechamento das empresas faz parte de uma decisão judicial para tentar frear o mercado clandestino. A Polícia Civil destacou que a investigação continua e outras empresas também podem ser indiciadas.

O responsável por uma das empresas fechadas informou que é regularizada e possui todas as documentações regularizadas. A reportagem não conseguiu contato com a outra empresa.

Procon orienta como se precaver de kit gás clandestino

Para não cair numa armadilha na hora de instalar o kit gás no carro, além de obter a documentação do Detran é importante procurar uma instaladora certificada pelo Inmetro. 

A compra do kit gás deve ser feita sempre com registro em nota fiscal.

O processo começa com uma vistoria no veículo, passa pela etapa da troca de documentos, para só depois ser feita a instalação, que geralmente dura dois dias. 

O consumidor deve ficar atento à manutenção porque anualmente é necessário submeter o veículo a uma inspeção obrigatória, que é feita pelo Inmetro. Quem é pego sem a inspeção em dia tem o carro apreendido.

O Procon Estadual tira dúvidas da população pelo (27) 3323-6237, de segunda a sexta, das 9h às 17h.

*Com informações do repórter Lucas Melo, da TV Vitória/Record TV