Polícia

PM abre processo para demitir policial que matou músico em Vitória

Crime aconteceu em abril deste ano, em Jardim Camburi, e atualmente o soldado Lucas Torrezani de Oliveira está preso em presídio militar

Matheus Moraes

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

A Polícia Militar decidiu abrir um processo administrativo demissionário contra o soldado da PM Lucas Torrezani de Oliveira, de 28 anos, preso preventivamente pela morte do músico Guilherme Rocha, de 37 anos. O crime aconteceu em um condomínio do bairro Jardim Camburi, em Vitória, em abril deste ano e atualmente o PM segue afastado de suas funções.

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De acordo com a polícia, o prazo para conclusão do processo administrativo é de 60 dias, que podem ser prorrogados por mais 30 dias.

Passado o fim do processo, ainda podem ocorrer recursos administrativos e somente após o fim dos prazos, o parecer será remetido à maior autoridade militar da corporação a qual determinará a demissão ou não do acusado.

Foto: Instagram/ @guigorocha
Músico Guilherme Rocha

Músico foi morto após reclamar de som alto em condomínio

Guilherme Rocha foi morto após discutir com um vizinho, o soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani de Oliveira, dentro de um condomínio, no bairro Jardim Camburi, em Vitória, no dia 17 de abril deste ano.

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À época, o soldado estaria bebendo com um amigo na entrada principal do prédio. Diante da ação, a vítima, que além de músico era bacharel em Direito e empresário, teria descido para reclamar do som alto e logo em seguida foi atingido por um disparo de arma de fogo.

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PM já tinha ocorrências por "algazarra" em condomínio

As queixas sobre uso de som alto no condomínio, por parte do soldado Lucas Torrezani eram recorrentes. A informação foi confirmada pela polícia durante coletiva de imprensa na época do crime.

De acordo com o titular da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa, delegado Marcelo Cavalcanti, Torrezani tinha pelo menos outras duas ocorrências pelo som alto no local.

"O suspeito saía do hall do prédio dele e ia para o hall do prédio da vítima com amigos para consumir bebidas e fazer algazarras. Foi constatado que existem, pelo menos, duas ocorrências em que a vítima e os moradores reclamam da situação feita pelo acusado", explicou Cavalcanti.

Lucas Torrezani criou grupo em app para combinar versões sobre crime

Após pouco mais de dois meses do crime, a Polícia Civil concluiu o inquérito. Durante as investigações, ficou claro que o atirador criou um grupo em uma rede social para combinar versão que seria repassada à polícia. 

No grupo, ele chegou a afirmar sobre a vítima: "Se ele queria silêncio, agora terá silêncio eterno".

O grupo, que foi posteriormente apagado, era composto também pelo colega Jordan Ribeiro de Oliveira, também denunciado e que responde ao crime em liberdade, e uma terceira testemunha.

O que diz a defesa de Lucas Torrezani

Procurada na noite desta quarta-feira (21), o advogado Taylon Gigante, responsável pela defesa do soldado Lucas Torrezani, respondeu que o cliente ainda não foi intimado e não tomou ciência sobre o processo administrativo demissionário. Irá se manifestar em momento oportuno.