Polícia

Advogado investigado pelo MPES está foragido há uma semana

De acordo com o Ministério Público, ele é suspeito, junto a outros oito advogados, de facilitar a comunicação entre os cinco chefes da organização criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV)

Foto: Divulgação/GAECO

Segue foragido o advogado Lucas Depolo Muniz, alvo da operação "Armistício" deflagrada há mais de uma semana pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). 

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De acordo com o MPES, ele é suspeito, junto a outros oito advogados, de facilitar a comunicação entre os cinco chefes da organização criminosa do Primeiro Comando de Vitória (PCV), que estavam presos no Presídio de Segurança Máxima 2, em Viana, e traficantes, que atuam no Bairro da Penha, na capital.

O advogado foragido visitou João de Andrade (Paizão) no dia do crime de homicídio de “Fernandinho” (Fernando Monteiro Telles), que teve o corpo carbonizado em 28 de março de 2019. 

Segundo documento do MPES, Lucas também viu os presos no dia seguinte, ficando evidente a comunicação criminosa estabelecida.

Segundo as investigações, os cinco detentos responsáveis por comandar a organização criminosa de dentro da prisão são: João de Andrade, o "Joãozinho da 12" ou "Paizão"; Carlos Alberto Furtado da Silva, conhecido como "Nego Beto", Geovani de Andrade Bento, o "Vaninho"; Giovani Otacilio de Souza , o "Bob Esponja"; e Pablo Bernardes, o "Geléia".

Foto: Reprodução TV Vitória

Os outros oito advogados, que também foram alvos da operação e foram encontrados, cumprem prisão domiciliar utilizando tornozeleira eletrônica e já compareceram ao Gaeco para prestar depoimento.

Os profissionais da defesa utilizavam bilhetes, mensagens de WhatsApp e até videochamadas feitas na prisão com celular dos próprios advogados. As ordens enviadas por esses advogados incluíam queima de ônibus e até execuções.

Foto: Reprodução TV Vitória
A operação foi deflagrada em 19 de julho

Entenda a "Operação Armistício" 

O MPES, por meio do Gaeco, deflagrou em 19 de julho (segunda-feira), uma operação para apurar crimes praticados por organização criminosa autointitulada PCV, Primeiro Comando de Vitória.

Na ação, denominada "Operação Armistício", foram cumpridos 37 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em municípios da Grande Vitória, Aracruz e São Mateus.

A operação apura a participação de advogados que se utilizam indevidamente de prerrogativas essenciais à advocacia para garantir comunicação entre lideranças criminosas que estão em unidades prisionais do Estado, além de integrantes em liberdade e foragidos do sistema judiciário.

Os mandados tem o acompanhamento de representantes da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES), em cumprimento de decisão judicial da 10ª Vara Criminal de Vitória.

As investigações tiveram início em 2019 e as medidas judiciais de interceptações telefônicas e por redes, resultaram na obtenção de provas de tráfico de drogas, aquisição e porte de armamentos e munições, execução e planejamento de crimes de homicídio, queima de ônibus e outras ações violentas.

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