Polícia

Nove pessoas são assaltadas por dia nas ruas de Cariacica

Entre janeiro e junho de 2021, foram registrados 53 assaltos a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.663 casos

Foto: Reprodução TV Vitória

Medo e insegurança são sentimentos comuns a muitos moradores de Cariacica. Apenas no primeiro semestre deste ano, mais de 1.700 pessoas foram roubadas nas ruas do município. O número representa uma média de nove vítimas por dia. 

Em fevereiro, um portuário foi vítima de um assalto às 5h30. O rapaz e a esposa estavam a caminho do trabalho quando foram abordados em uma rua do bairro Itacibá, em Cariacica. Ele até conseguiu voltar à rotina, mas a mulher ainda está traumatizada com a situação.

"O criminoso estava com uma arma e apontou para meu rosto. Sem reação nenhuma, peguei e entreguei o meu celular. A minha esposa ficou meio traumatizada. Hoje ela não passa pela mesma rua e sai mais tarde de casa. A gente fica triste, a gente levanta cedo para trabalhar e vem alguém e te rouba", desabafou. 

O caso deste casal é apenas um entre os 1.716 registros de roubos em vias públicas de Cariacica ocorridos entre janeiro e junho de 2021. Foram 53 assaltos a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram registrados pouco mais de 1.660 casos na região. 

Qual o motivo para tantos casos de assalto em Cariacica? 

Para o delegado responsável por esse tipo de delito, André Landeira, existe um motivo para tantos casos. 

"Está havendo um retorno das pessoas às ruas. Muitas pessoas estavam em casa, trabalhando em home office. Com esse aumento de pessoas circulando é natural o aumento no número de registros que ocorreu neste semestre", afirmou. 

O prejuízo do portuário assaltado em fevereiro foi de quase R$ 4 mil. Ele e a esposa, tiveram os celulares roubados e até hoje, quase cinco meses depois, os aparelhos não foram recuperados. 

De acordo com o delegado, o celular é o principal alvo dos criminosos. "O principal produto visado pelos criminosos é o celular, porque hoje todo mundo tem um celular. Você pode não ter dinheiro, mas o celular você provavelmente tem.  Antigamente, não tinham cartão, os criminosos abordavam as pessoas e pediam dinheiro. Hoje não pedem dinheiro, pedem o celular", frisou. 

Em outra ocorrência, uma aposentada e a irmã dela foram assaltadas. As vítimas também estavam a caminho do trabalho quando foram rendidas em uma rua do bairro Jardim América. 

Os dois suspeitos chegaram em uma moto e tentaram pegar a bolsa da professora, que resistiu em entregar. Depois de puxar para um lado e para o outro, o suspeito conseguiu o objeto e fugiu. 

O portuário assaltado junto com a mulher afirma que, desde o crime, alguns hábitos mudaram, principalmente quando estão na rua. "Não mexemos com o telefone na rua. O telefone só fica guardado. Se alguém ligar, não atendemos". 

As mudanças na rotina vão ao encontro da orientação da polícia para evitar que roubos em vias públicas aconteçam. "Evite usar o celular em lugares públicos. Isso atraí o suspeito. O criminoso só rouba ou furta aquilo que ele cobiça, aquilo que ele vê ou sabe que existe. Isso desperta o interesse", orientou.  

O delegado ressaltou ainda a importância de registrar o boletim de ocorrência e não reagir a um assalto. "Sempre registre o boletim de ocorrência. Reagir nunca. Não há como saber, no momento de um assalto, se a arma do suspeito é verdadeira ou falsa. Nenhum objeto vale a vida de alguém", finalizou. 

*Com informações da repórter Polyana Martinelli, da TV Vitória/Record TV.

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