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Óleo irregular de empresa em Cariacica pode ter sido destinado também para azeite e ração animal

O representante da empresa interditada, Ailmer Júnior, gravou depoimento em vídeo, afirmando que são tomados todos os cuidados com a destinação do óleo

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Polícia Civil

A empresa que fazia o recolhimento de óleo de fritura em estabelecimentos comerciais da Grande Vitória de forma irregular, interditada em Cariacica nesta quarta-feira (13), pode ter destinado o produto também para a produção de ração animal, feita por uma empresa em Minas Gerais. Além disso, o óleo pode ter sido usado para produção de azeite, o que também não poderia acontecer.

A ação de interdição foi realizada pela Polícia Civil, no bairro Vera Cruz, e teve apoio da Secretaria do Meio Ambiente do município.

Segundo a polícia, o local não tinha autorização para atuar da forma como trabalhava. O local também é investigado pela venda irregular do produto. Desde 2020, a empresa não apresentava as informações devidas sobre o armazenamento e a distribuição do óleo recolhido nos estabelecimentos comerciais da Grande Vitória. Por isso, foi interditada pela prefeitura.

Foto: Divulgação / Polícia Civil

Segundo o fiscal ambiental da prefeitura de Cariacica, Lucas Ferreira e Silva, a empresa precisava cumprir 19 requisitos para a licitação de funcionamento, mas desde 2020 ela não apresentava estas informações e, por isso, precisou ser fechada.

Além disso, as investigações da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, apontam que a empresa interditada estaria vendendo o óleo de forma irregular. De acordo com o delegado Eduardo Passamani, as investigações apontaram que a empresa entregava a substância para uma transportadora que levava o material para outros estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

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A polícia identificou a empresa de Cariacica depois de uma operação que apreendeu vários frascos de azeite adulterados que estavam sendo comercializados no Espírito Santo, no início desse ano. Durante as investigações, a polícia verificou que as empresas que adulteravam o azeite, usavam óleo na composição do produto, o que é irregular. 

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O representante da empresa capixaba interditada, Ailmer Júnior, gravou depoimento em vídeo, afirmando que são tomados todos os cuidados com a destinação do óleo e que são atendidas todas as exigências. Confira:

"A empresa Ecóleo é responsável pela coleta, transporte, filtragem e armazenamento temporário do óleo usado. Após esse processo, tomamos todos os cuidados para destinar o óleo para empresas devidamente licenciadas e credenciadas. Atendemos todas as exigências solicitadas pelos órgãos ambientais para o nosso funcionamento, todas as licenças estão em dia. Não compactuamos com nenhuma ação ilícita que venha a causar danos ao meio ambiente, mostrando nosso compromisso com a natureza. A empresa desconhece o motivo dessas falsas acusações e estamos trabalhando para que tudo se solucione ainda hoje (quina-feira)", relatou.

Outras irregularidades

O fiscal ambiental da prefeitura de Cariacica também explicou que a limpeza dos tambores de armazenamento do óleo era feita de forma irregular. Segundo ele, era fabricado sabão caseiro para limpar os tambores, o que poderia estar jogando o óleo na rede de esgoto, poluindo o meio ambiente. Além disso, o uso de sabão caseiro não é permitido para este tipo de limpeza.

Segundo a Polícia, as empresas do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que estariam recebendo o óleo da Grande Vitória, também serão investigadas, justamente para entender qual o destino elas estariam dando ao óleo, já que não poderia ser usado para fabricar azeite nem mesmo para a fabricação de ração para animais.

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