A Corregedoria da Polícia Militar apura uma ação que ocorreu no bairro Novo Horizonte, na Serra, no último fim de semana. Uma mulher de 34 anos alega que foi atingida por um tiro de bala de borracha disparada pelos militares durante a ocorrência em uma distribuidora.
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O caso aconteceu na noite do último sábado, 08 de julho. A vítima contou à reportagem da TV Vitória/Record TV que voltava de uma festa junina com o marido, um amigo e a namorada dele quando decidiram parar na distribuidora.
De acordo com o relato da mulher, o marido comprou uma cerveja e eles ficaram no local conversando com o casal de amigos. Pouco tempo depois, segundo ela, os policiais apareceram, inicialmente, tranquilos.
O marido chamou a vítima para ir embora porque, no dia seguinte, acordariam cedo para ir até a casa da mãe da mulher, comemorar um aniversário. A vítima contou que antes que pudessem sair, os militares começaram a atirar e a usar bomba de gás e spray de pimenta.
“As pessoas saíram correndo, todo mundo ficou desesperado. Eu só senti o impacto no meu rosto. Coloquei a mão e já estava sangrando. Uma amiga me ajudou. Os policiais não disseram nada. Depois voltei e perguntei o motivo da ação deles indevida. Se eles quisessem que a distribuidora fechasse e todo mundo fosse embora, eles deviam chegar e falar, mas já chegaram dando tiro de borracha, tacando spray de pimenta e jogando bomba de gás“, relatou.
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De acordo com a Polícia Militar, durante uma operação de fiscalização de eventos clandestinos, equipes se depararam com uma pessoa que relatou uma briga generalizada. Os militares seguiram até a distribuidora, onde teriam encontrado uma aglomeração de cerca de 200 pessoas.
Ainda segundo a polícia, com a chegada das equipes, houve uma dispersão de vários indivíduos e outros teriam hostilizado a presença dos agentes públicos da Prefeitura da Serra que também acompanhavam a operação, com arremesso de objetos. A polícia informou que foi necessário o uso de equipamento de menor potencial ofensivo para cessar a injusta agressão.
“Cabe destacar que no dia do fato, uma pessoa com uma lesão próxima ao supercílio esquerdo teria se identificado aos militares, mas não foi possível afirmar que a lesão teria sido provocada pela ação policial devido ao grande tumulto. No entanto, foi oferecido socorro à vítima, que se negou e apresentava sintomas de ter ingerido bebida alcoólica e comportamento alterado“, afirma a PM em nota.
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A mulher, no entanto, nega que tenha sido oferecido socorro. Ela também relata que não presenciou, enquanto esteva na distribuidora, qualquer confusão.
Vítima diz que corre o risco de perder parte da visão
A mulher disse ainda que corre o risco de perder a visão por conta do ocorrido. “Estou tomando muitos medicamentos porque afetou muito meu olho esquerdo. Estou em tratamento, fazendo acompanhamento com o oftalmologista, estou usando quatro colírios. Tenho o risco de perder metade da minha visão. Para mim isso é horrível, porque minha visão era perfeita. Agora corro o risco de perder a visão por causa de policiais irresponsáveis”, afirmou.
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Na última segunda-feira (10), ela procurou a Corregedoria da Polícia Militar. Segundo a corporação, a mulher alegou ter sido atingida no olho esquerdo por um projétil de elastômero (bala de borracha) durante a ação policial ocorrida no sábado (08). Ela foi encaminhada a exames de lesões corporais.
“A Corregedoria da PMES está realizando uma rigorosa análise dos fatos, que serão apurados a fim de esclarecer a situação. Ao ser instaurado o procedimento apuratório será analisada a necessidade ou não de afastamento dos militares das funções operacionais. Ressalta-se que a Corregedoria da PMES funciona em regime de plantão de 24h para o registro de denúncia“, afirmou a Polícia Militar.
O Folha Vitória também procurou a Prefeitura da Serra, mas ainda não tivemos retorno. A reportagem será atualizada quando houver um posicionamento.