Polícia

Babá presa filmava criança e mandava vídeos para o namorado no ES

A Polícia Civil também prendeu preventivamente o namorado dela, de 38 anos. Crime foi descoberto pela madrasta da vítima, por meio de mensagens no celular

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/Sesp

Uma babá, de 31 anos, que trabalhava para uma criança de três anos foi presa suspeita de abusar e enviar vídeos com conteúdos sexuais da vítima para o namorado, de 38 anos. O caso foi registrado na casa de uma família em Vitória. 

O pai da menina começou a notar o comportamento considerado mais sexualizado e inapropriado para a idade. Mas o crime foi descoberto por meio do acesso às mensagens trocadas pelo celular dos criminosos. 

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Em entrevista coletiva, nesta terça-feira (16), a adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Gabriela Enne, explicou que, a madrasta ouviu o telefone que era usado pela babá e foi conferir o aparelho. 

"Esse aparelho era usado pela casa para manter contato com os adultos. Quando ela verificou, viu uma mensagem pedindo para que a babá mostrasse a menina e falava o nome da criança. Lá, ela se deparou com uma conversa há mais de um ano entre a funcionária e o namorado", descreveu a adjunta

Após a descoberta do crime, a madrasta demitiu a cuidadora e fez um boletim de ocorrência.

Entretanto, os criminosos começaram a procurar a família para não noticiar a polícia.

"Eles continuaram a querer falar com a família de forma insistente, a ponto de irem até o prédio onde eles moram e aparecer em momentos que a criança descia da van escolar. Os pais ficaram com medo", disse. 

Diante da insistência em relaçao aos pais, a Polícia Civil solicitou mandados de busca e apreensão domiciliar e de prisão preventiva da babá e do namorado.

Irmã da criança viu babá registrando vídeos

A delegada Gabriela Enne também explicou que a irmã mais velha, de 6 anos, contou para a madrasta que, em determinados momentos, via a babá registrando vídeos da irmã. Ela prometia doces para as crianças. 

"A criança contou que a babá colocava os seios para fora. Mas ela pediu para não contar para ninguém, pois prometia dar doces para as crianças", disse a delegada.

Ainda segundo Gabriela Enne, as mensagens teriam começado por iniciativa da babá, em uma tentativa de chamar a atenção do namorado. O relacionamento do casal também seria considerado como "abusivo e conturbado". 

"Pelo dialogo que eles mantinham pelo aparelho celular, dava para ver que o relacionamento era bem abusivo. Ele se manifestava a ela com nomes bem pejorativos e xingamentos. Não dava muita atenção a ela, só pedia vídeos da criança", disse. 

Homem tinha acesso ao prédio 

Durante as investigações, a Polícia Civil também descobriu que o homem tinha acesso ao prédio onde a família morava. Algumas vezes, a mulher descia até a portaria com as crianças para encontrá-lo.

Após a demissão, a babá continuou a ir até o prédio para procurar a família. "Parece que ele criou uma fixação pela menina. Mas ninguém viu os dois saindo do prédio". 

Segundo a Polícia Civil, após a prisão, realizada na casa em que os dois moravam, no bairro Aribiri, em Vila Velha, o homem alegou que estava sem advogado e apenas iria se manifestar em juízo. Ele já responde por crime de lesão corporal em face de uma ex-namorada. 

Já a mulher afirmou que realizava as ações em cunho de brincadeira. "Mas verificando as imagens e vídeos, tem nítida conotação sexual. Ela fazia para chamar a atenção dele", acrescentou a adjunta. 

Os celulares foram apreendidos na intenção de descobrir se o homem e a mulher fizeram mais vítimas. 

Polícia recomenda cuidado ao contratar babá

A Polícia Civil também deu dicas para a contratação de babás e responsáveis para cuidar de crianças que ainda não têm capacidade de defesa. 

"Deve sempre tentar buscar uma referência, perguntar quem foi o último empregador dela, ligar para os patrões anteriores. Além de ir em uma agência de trabalho, pedir o curriculo", explicou a titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Thais Cruz.

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