Polícia

Menina de 13 anos conseguiu fugir e denunciou padrasto por estupro

O delegado explica que a família vivia em contexto de pobreza, passando muitas vezes por insegurança alimentar

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Freepik

Uma menina de 13 anos, vítima de abusos sexuais, conseguiu fugir de casa e denunciar o padrasto ao Conselho Tutelar, que acionou a Polícia Civil em Vila Velha. O suspeito era casado com a mãe dela há pelo menos 7 anos. 

Além dela, as irmãs que atualmente têm 16 e 11 anos, também eram vítimas de estupro. A denúncia teria sido motivada após a menor descobrir que a irmã mais jovem também sofria com os abusos, além de a mãe, que era agredida pelo suspeito. 

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"Ela tomou coragem e conseguiu sair de casa após descobrir que a irmã mais nova também estava sendo vítima de abusos, além de a mãe ser vítima de violência doméstica pelo homem", relatou o adjunto da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegado Leonardo Vanaz.

Por meio do uso do serviço de inteligência da PC, o suspeito foi encontrado em uma favela de difícil acesso Cubatão (SP), e preso pela Rota, da Polícia Militar daquele estado.

Abusos não pararam com gravidez da vítima

Por conta dos abusos, a vítima de 16 anos acabou engravidando do suspeito. A jovem relatou aos policiais que os estupros não pararam. Quando estava grávida de 8 meses, ela chegou a ser abusada duas vezes no mesmo dia.

De acordo com o delegado, o suspeito chegou a coagir a vítima à contar para a mãe que a gravidez era resultado de um relacionamento com um colega da escola e teria tentado fazer com que a menina abortasse.

O aborto não aconteceu e o bebê nasceu há quatro meses. Enquanto a jovem estava no hospital com a mãe para dar à luz, o suspeito aproveitou a ausência para abusar das outras duas garotas.

Vanaz relata que o homem, inclusive, chegava a controlar o ciclo menstrual das meninas para evitar que elas engravidassem e continuasse a estuprar as vítimas.

"Era um crime realmente bárbaro, ele controlava o ciclo menstrual das meninas para continuar abusando, ele fez várias tentativas de abortar a gravidez da vítima, mas mesmo assim o bebê acabou nascendo, ele tem quatro meses hoje. Esses estupros faziam parte do dia a dia delas", disse.

Suspeito fazia com que mãe saísse de casa para estuprar vítimas

Ainda segundo Vanaz, o homem fazia com que a mãe das meninas saísse de casa para que pudesse cometer os abusos. Além disso, ele também se aproveitava dos momentos em que a família estava dormindo para perseguir as garotas.

De acordo com o delegado, o suspeito pedia para que a mulher saísse para comprar bebida ou perseguia as jovens até o banheiro, onde as trancava para cometer os abusos.

"Ele mandava a mãe das meninas ir comprar cerveja, para que ele pudesse cometer os abusos. Quando eles iam a algum evento, ele voltava mais cedo para casa praticar os abusos. Ele fazia de várias formas. Esperava o restante da família dormir. Quando elas iam ao banheiro, ele por vezes seguia elas", conta.

O delegado explica que a família vivia em contexto de pobreza, passando muitas vezes por insegurança alimentar e por outras dificuldades. Os familiares dependiam financeiramente do suspeito, que trabalhava com serviços gerais.

Ainda de acordo com ele, não há indícios de que a mãe soubesse dos abusos e que as meninas relatam que foram acolhidas por ela após contar sobre os estupros.

"Não há indícios de que a mãe tenha sido omissa. As três meninas dizem que ela não sabia e que apoiou todas elas assim que ficou sabendo de todos os crimes", disse. 

O homem segue preso em São Paulo capital e responderá pelos crimes de estupro e estupro de vulnerável. O inquérito já foi concluído e segundo o delegado a transferência do suspeito para o Espírito Santo depende da Justiça.

O delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, definiu os crimes cometidos como hediondos.

"Este é um crime hediondo, estamos falando de um estuprador, um pedófilo, um homem que não merece nenhum tipo de consideração. Ele precisa pagar pelo que fez", afirmou. 

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