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Polícia diz que dona de creche não era apta a socorrer bebê na Serra

Sara Reis dos Santos, de 31 anos, foi presa no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra. Ela foi indiciada por homicídio qualificado por dolo eventual

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/Sesp

A Polícia Civil concluiu que, Sara Reis dos Santos, de 31 anos, proprietária de uma creche que funcionava clandestinamente na Serra, não possuía treinamento ou cursos para trabalhar com o serviço e socorrer uma criança em caso de necessidade. Um bebê de um ano morreu por asfixia. 

Sara foi presa no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra. Ela foi indiciada por homicídio qualificado por dolo eventual, quando assume o risco de matar. 

Segundo as investigações, o socorro a Bernardo Ribeiro Pereira foi realizado de forma inadequada.

Foi identificado que no caso, registrado em setembro de 2023, a criança passou mal, vomitou e teria engasgado. O Samu foi acionado, mas constatou a morte de Bernardo. 

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Em uma coletiva, realizada na tarde desta segunda-feira (22), o delegado titular do 10ª Distrito Policial da Serra, Josafá Silva, explicou que a funcionária não realizou nenhuma manobra de socorro e esperou a chegada do Samu. 

"Ela não fez nenhum tipo de manobra de desengasgo, porque ela não sabia, ela esperou a chegada do Samu. No momento que o socorro chegou, uns 20 minutos depois que constatou que a criança estava engasgada, não tinha mais jeito, estava morta", disse o delegado. 
Foto: Divulgação / Polícia Civil

Mulher poderia ter procurado socorro nas proximidades, diz polícia

Segundo o delegado, ao redor da creche havia estabelecimentos de saúde, como, por exemplo, policlínica, farmácia, academia de ginástica e até mesmo uma clínica particular. Mas a acusada não procurou o socorro.

"Ela foi indiciada no homicídio com dolo eventual, porque ela assumiu o risco, o inquérito foi concluído em dezembro. Encaminhamos para a Justiça o pedido de prisão preventiva", disse Josafá Silva.

A Justiça concordou com a ação e expediu o mandado de prisão. 

Acusada ficou foragida da Polícia Civil 

O delegado disse que foi tentado realizar a prisão na terça-feira, na própria residência da acusada, localizada na Serra. Entretanto, a mulher não estava no local. 

"Na ocasião foi mantido o contato com o advogado, que afirmou que iria tentar revogar a prisão preventiva. Mas, se não conseguisse, iria apresentá-la, mas desde o momento que não encontramos ela em casa e não vimos o paradeiro, a consideramos foragida da Justiça", explicou o delegado. 

Durante a quinta-feira, foi recebida a denúncia de que ela estaria na casa da mãe, localizada no interior de Minas Gerais. “Fiz contato com a polícia de Minas e eles fizeram diligências, mas não foi localizada”. 

A partir disso, a mulher compareceu na delegacia, acompanhada do delegado, entretanto, preferiu não se pronunciar. 

Polícia alerta para cuidados ao colocar crianças na creche 

O delegado geral da Polícia Civil no Espírito Santo, José Darcy Arruda, fez um alerta para pais e responsáveis sobre alguns cuidados ao escolher um ambiente para deixar as crianças. 

"Fica o alerta para os pais que não contratem qualquer tipo de serviço, procurem saber se a creche ´´e legal, se tem alvará, se tem recursos para evitar uma situação de engasgo. O menino veio a óbito porque engasgou com o próprio vômito. Há manobras para evitar que isso aconteça", disse Arruda.

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