Polícia

Mãe de menino espancado até a morte no Caparaó também é presa por participar do crime

A mulher, assim como o marido, foi autuada por homicídio duplamente qualificado. Segundo delegado, ela estava no local do crime, mas não fez nada

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Suspeitos foram levados para a Delegacia de Alegre, onde foram autuados | Foto: Divulgação

A mãe do menino Arthur Moura da Silva, de 5 anos, que morreu na noite de quarta-feira (15), após ter sido espancado pelo próprio pai, em Dores do Rio Preto, na região do Caparaó, foi presa por participação no crime. A mulher, assim como o marido, foi autuada por homicídio duplamente qualificado - por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Ela foi encaminhada para o Presídio Feminino de Cachoeiro de Itapemirim.

O delegado Carlos Victor, da Delegacia Regional de Alegre, explicou que ela estava no local do crime e não fez nada para impedir a ação. Ainda segundo o delegado, a criança foi espancada várias vezes, entre domingo (12) e quarta-feira. "O pai da vítima alegou que ouvia vozes e, por isso, agredia a criança", contou Carlos Victor.

Ainda segundo a polícia o pai de Arthur, Adeildo Souza da Silva, de 26 anos, confessou ter matado o menino, que foi levado para o Pronto-Socorro de Guaçuí com diversos hematomas pelo corpo. Adeildo foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim.

O filho dos suspeitos deu entrada no pronto-socorro na tarde de quarta-feira e teve a morte confirmada por volta das 19h20. A Policia Militar foi acionada pela equipe médica e, ao chegarem ao local, os policiais fizeram contato com a mãe da criança, que informou que, há cerca de dois dias, Arthur vinha se queixando de dores pelo corpo. Ela afirmou ainda que ele estava com alguns hematomas, mas não soube explicar a origem dos mesmos.

Centro espírita

A mãe do menino disse também que, pela manhã, esteve, juntamente com o companheiro, pai da criança, e com uma tia, em um centro espírita, onde permaneceram por cerca de uma hora com o proprietário do local. Mais tarde, o dono do centro foi para casa, para onde a mãe da criança e a tia também se deslocaram.

No local, eles realizaram uma oração espirital na criança, permanecendo cerca de 20 minutos na residência. Em seguida, a criança começou a passar mal e foi levada para o pronto-socorro para receber atendimento médico.

Após a confirmação da morte da criança, os policiais militares fizeram contato com o delegado plantonista. A perícia foi acionada e esteve na residência do proprietário do centro espírita, último local em que a criança esteve antes de ser encaminhada para atendimentos médicos em Guaçuí.