Defesa de idosa presa por insultos homofóbicos em Vitória alega problemas psiquiátricos
A mulher de 64 anos não teve o nome divulgado pela polícia e foi indiciada por injúria racial. Ela chegou a ser presa, mas foi liberada após decisão Judicial
Com "graves problemas psiquiátricos". Segundo Patrícia Cavalcante, advogada da idosa de 64 anos que não teve o nome divulgado pela Polícia Civil, sua cliente, sofre de distúrbios relacionados à saúde mental e passa por acompanhamento médico.
Inclusive, esse foi um dos pleitos da defesa para conseguir que a indicada por injúria racial, no último sábado (07), após uma confusão em um restaurante da Capital, fosse solta na noite deste domingo (08).
"Pleiteamos que a liberdade fosse concedida mediante continuidade de tratamento médico para que a minha cliente possa conviver em sociedade de forma a não gerar problemas para a mesma e também aos familiares", informou a advogada.
Caso aconteceu na tarde de sábado, durante o funcionamento do restaurante
A história aconteceu na tarde do último sábado (07), no restaurante A Oca, localizado no Centro de Vitória. Por meio de um relato, publicado nas redes sociais, Fabrício Costa e Caio Cruz, proprietários do estabelecimento, contaram que foram vítimas de homofobia. Eles disseram, ainda, que foram ameaçados de terem o estabelecimento fechado.
Segundo o casal proprietário, a suspeita ainda teria afirmado que o restaurante deveria ser fechado, pois estava em uma escadaria que levava à um local sagrado, no caso, a Igreja do Rosário.
Testemunhas que estavam no local relataram que a idosa teria usado palavras pejorativas e ameaçado agredir fisicamente os donos do estabelecimento. Frases como: "Todo viado é odiado" e "minha vontade é encher vocês de porrada", teriam sido ditas pela suspeita.
"Fomos para a delegacia e ela foi conduzida. Nós fizemos o depoimento e a mulher ficou detida, por não ser ré primária. Ficamos lá praticamente a tarde toda. Nossa equipe continuou com o atendimento. Retornamos à empresa por volta das 19h e ainda tivemos que trabalhar um pouco. O que aconteceu nos causou danos e ainda nos tirou do ambiente de trabalho", disse Caio.
Vítimas gravaram vídeo no momento das ofensas
Segundo a Polícia Militar, além de uma das vítimas ter gravado vídeos da atitude da idosa, outras pessoas que estavam no local testemunharam confirmando os fatos.
Na delegacia, ela negou as acusações e disse que entrou no estabelecimento apenas querendo saber de quem seria o carro que atrapalhava o trânsito.
Por orientação do advogado, os donos do restaurante preferiram não compartilhar o vídeo registrado no momento em que ocorreu o fato.
"Vamos preservar a identidade da pessoa que fez isso conosco, pois ela vai responder na justiça e não nos tribunais da internet. Vamos conduzir este processo da forma mais discreta possível", afirmou.
Veja a nota de repúdio publicada pelos proprietários do restaurante