Polícia

Empresário preso por vender fios elétricos irregulares j´á havia pago R$ 100 mil de fiança em 2019

Laudo do IPEM-ES aponta que a mercadoria feita por empresa da Serra poderia causar aquecimento na rede de energia, representando risco de vida para os consumidores

Foto: Reprodução TV Vitória
Delegado Eduardo Passamani, da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, relatou que funcionários da empresa informaram que alguns clientes reclamaram que fios chegaram a derreter

O empresário da Praia do Canto, preso na Operação "Eletron" na manhã desta terça-feira (10), por vender fios e cabos elétricos irregulares, já havia sido detido em 2019. Naquela ocasião, ele havia pago fiança de R$ 100 mil e foi liberado. 

As informações foram dadas em coletiva de imprensa pelo delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, nesta tarde, no salão nobre da Assembleia Legislativa, em Vitória.

Como ele tornou a infringir a mesma norma, a Justiça determinou a quebra da fiança e expediu um mandado de prisão preventiva para que o suspeito responda preso. Logo, não cabe nova fiança e o empresário continua preso, segundo a assessoria da Polícia Civil. 

Ele é investigado por crime contra relação de consumo, previsto no artigo 7 da Lei 8137/90. A pena vai de dois a cinco anos. 

A polícia, no entanto, não revelou a identidade do detido e nem o nome da empresa. A fábrica do empresário, localizado no bairro de Carapina, na Serra, foi interditada. Ela fornece cabos e condutores elétricos para todo o país. 

A operação foi integrada entre a Polícia Civil com a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa e com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (IPEM-ES). 

Fios elétricos causavam superaquecimento e curto-circuitos 

A partir do laudo do instituto, foi constatado que os fios elétricos da empresa, vendidos para todo o país, apresentavam irregularidades de fabricação. Além disso, esses produtos poderiam causar superaquecimento da rede de energia, curto-circuitos e contribuir com a alta do consumo de energia, gerando aumento na conta de quem utilizava.

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De acordo com o delegado Passamani, alguns funcionários da empresa, que funciona no bairro de Carapina, na Serra, relataram para os investigadores as queixas dos consumidores sobre a eficácia dos fios. 

"Eles falaram que muitos consumidores foram até a fábrica dizer que a fiação e os cabos não suportavam as cargas e chegavam a derreter quando utilizadas", apontou, lembrando que além do prejuízo financeiro, haveria risco de vida para os consumidores.

Os documentos obtidos na operação indicam que a empresa vendeu o produto fora das normas de segurança para hospitais, igrejas, escolas, construtoras e diversas lojas de material de construção.