Golpe do PIX: suspeitos fazem compras, mas depositam apenas alguns centavos
Em uma das ocasiões, a suposta cliente pagou uma compra de R$ 310 com apenas R$ 0,31
Liberado há menos de um ano pelo Banco Central, o PIX já tem sido utilizado em golpes. Diversos são os relatos de comerciantes que são alvos dos suspeitos. As vítimas contam que os criminosos vão nas lojas, escolhem os produtos e, no momento do pagamento, simulam a transferência do valor. Na realidade, os suspeitos transferem apenas alguns centavos.
Uma das vítimas relatou que uma mulher teria ido na loja e feito uma compra de R$ 475. Na hora de fazer o pagamento, a suspeita transferiu apenas um centavo. Segundo o dono da loja, o golpe só não foi concluído porque a funcionária conferiu o valor.
"Todos os funcionários foram novamente instruídos de que não haveria condições de entregar nenhuma mercadoria sem que nós confirmássemos o pagamento", explicou o empresário e dono da loja, Geraldo Antônio Marques.
Porém, de acordo com o empresário, esta não foi a primeira vez que a suspeita apareceu na loja. Dois meses antes, a mesma mulher teria tentado dar o primeiro golpe.
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A suspeita entrou na loja querendo olhar alguns vestidos. Ela escolheu três e ficou conversando normalmente com as funcionárias. Mas na hora de pagar, disse que estava com pressa. A suposta cliente fez a transferência. A compra custou que R$ 310 foi paga com apenas R$ 0,31, mas antes da atendente conferir o valor, a mulher saiu da loja.
"Quando nós percebemos, tinha pouco tempo que a cliente tinha saído da loja e a funcionária conseguiu pegar ela na descida da escada rolante indo para o supermercado. Após vários embates e discussões ela resolveu devolver a mercadoria para que não houvesse uma situação mais complicada para o lado dela", detalhou.
De acordo com o delegado André Landeira, titular da delegacia de Campo Grande, em Cariacica, uma loja de bicicletas também foi alvo.
"O alerta que a gente faz é abrir uma conta exclusiva para recebimentos via Pix. Essa conta, os vendedores podem consultar se o dinheiro entrou ou não", apontou.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito foi localizado. "Trata-se de um crime de furto com emprego de fraude, um crime que tem apena alta por ser furto qualificado, mas hoje em dia muitos crimes estão começando a acontecer envolvendo Pix", alertou Landeira.
Segundo o delegado Douglas Vieira, titular da Delegacia Especializada em Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), o golpe com a plataforma Pix é recente.
"Lamentavelmente os estelionatários são muito criativos, mas nesse caso pode ser tanto estelionatário, quanto um próprio cidadão que também pode buscar alguma vantagem aproveitando-se da distração do comerciante", afirmou.
O delegado ainda destacou a importância da vítima registar o boletim de ocorrência que pode ser feito de forma online ou presencial nas delegacias.
* Com informações do repórter Waslley Leite, da TV Vitória/Record TV.