Mais uma advogada é presa por suspeita de levar recados de detentos para facção criminosa
Dentro da operação "Armistício", do Ministério Público Estadual (MPE-ES), ela e outros nove advogados são acusados de facilitar a comunicação entre os presidiários líderes da organização criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV)
Mais uma advogada suspeita de ajudar criminosos presos no Complexo Penitenciário de Viana foi presa na manhã desta sexta-feira (13). Patrícia dos Santos Ferreira Cavalcanti se apresentou na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Vila Velha.
Depois de prestar depoimento, ela recebeu uma tornozeleira eletrônica e cumprirá prisão domiciliar. Além disso, a Justiça determinou a suspensão do exercício da profissão de Patrícia.
Dentro da operação "Armistício", ela e outros nove advogados são acusados de facilitar a comunicação entre os presidiários líderes da organização criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE-ES), a partir dessas trocas de mensagens feita por meio dos advogados, líderes da quadrilha, mesmo presos, mantinham o controle do tráfico de drogas e ordenavam a execução de crimes violentos, como homicídios e incêndio a ônibus.
Advogados alvos de mandados de prisão:
- Joyce da Silva Boroto
- Márcia Borlini Marim Sanches
- Alzemir Rosa Miranda Ramos
- Thelma Barcellos Bernardes
- Paloma Maroto Gasiglia
- Lucas Depolo Muniz
- Chayene Evelyn Carvalho Moraes
- Emanuella Carlette Sobreira
- Lina Demoner Medani Tristão
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Relembre a operação "Armistício"
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou em 19 de julho, uma operação para apurar crimes praticados por organização criminosa autointitulada PCV, Primeiro Comando de Vitória.
Na ação, denominada "Operação Armistício", foram cumpridos 37 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em municípios da Grande Vitória, Aracruz e São Mateus.
A operação apura a participação de advogados que se utilizam indevidamente de prerrogativas essenciais à advocacia para garantir comunicação entre lideranças criminosas que estão em unidades prisionais do Estado, além de integrantes em liberdade e foragidos do sistema judiciário.
Os mandados são relacionados a nove advogados e a busca e apreensão tem acompanhamento de representantes da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES), em cumprimento de decisão judicial da 10ª Vara Criminal de Vitória.
Outro lado
A reportagem do Folha Vitória não conseguiu localizar a defesa dos advogados que foram alvos da operação Armistício.
Nota da OAB-ES
A OAB-ES informa que está acompanhando o caso e acrescenta que tomará as providências cabíveis, observando o Código de Ética e Disciplina e as prerrogativas da advocacia.