Polícia

PM preso acusado de matar jovem na Serra tem extenso histórico criminal

O assassinato aconteceu no dia 18 de junho. Além desse crime, o policial também cometeu outros crimes durante suas folgas

Foto: Reprodução

Um policial militar foi preso acusado de matar um jovem identificado como Fernando Santos de Aquino, de 23 anos, em uma distribuidora de bebida, na Serra. O policial Lucas de Figueiredo Pereira, de 37 anos, é condecorado e já fez parte do Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar, grupo de elite da corporação.  

Nesta terça-feira (09), a Polícia Civil divulgou detalhes de como e porque o crime ocorreu. O assassinato aconteceu no dia 18 de junho, no bairro Hélio Ferraz, na Serra. O delegado responsável pela investigação explicou que, no dia do homicídio, o policial estava de folga, chegou no estabelecimento e pediu um copo de whisky. 

"Segundo depoimentos colhidos nos alvos, após ingerir a dose de whisky, ele pegou um pino de cocaína, que estava em cima do balcão, que era da vítima e foi até ao banheiro. Ao retornar do banheiro, a vítima se levantou da cadeira e foi ao encontro do Lucas cobrar a quantia devida pelo pino de cocaína. Fato que fez com que o policial militar ignorasse a situação e passasse a chamar a vítima de "cachorro morto" e de "zóio torto", zombando de uma deficiencia que a vítima tinha no seu olho esquerdo. Além disso, o Lucas empurrou a vítima fazendo com que ela caísse ao chão, ao se levantar, a vítima desferiu um soco no rosto do Lucas e ambos entraram em uma luta corporal. Neste momento, o Lucas sacou sua arma de fogo e enconstou na costela da vítima e desferiu um único disparo, que levou a vítima a óbito no local", explicou Rodrigo Sandi Mori, delegado titular da DHPP da Serra.

A Polícia Civil divulgou imagens, que mostram, o lado de fora da distribuidora. Dá para ver que algumas pessoas saem às pressas, porque percebem a confusão, que acontecia dentro do local. Em seguida, o PM sai com a arma na mão, guarda na cintura e foge em um carro branco. Veja:

Após o crime, o suspeito foi para Minas Gerais. 

"Como ele estava de férias, ele tinha um viagem marcada e acabou viajando após o crime. Porém, não comunicou ao CIODES e não registrou um boletim de ocorrência, não comunicou ao seu superior e não permaneceu no local após o crime. Fato que fez com que nós fundamentassemos a prisão temporária dele, juntamente com seu vasto histórico de ocorrências envolvendo a conduta dele no seu período de folga", explicou o delegado. 

O delegado também explicou o histórico de crimes cometidos pelo policial.

 "No dia 2 de abril de 2019, em um bar situado no bairro Jardim Camburi, ele efetuou um disparo de arma de fogo para o alto e desferiu uma coronhada na nuca do proprietário do estabelecimento após discordar do valor de sua conta. No dia primeiro de setembro de 2021, em um posto situado no bairro Jardim Camburi, ele teve um desentendimento com o frentista desse posto. No dia 22 de maio de 2022, 26 dias antes do crime apurado na distribuidora, ele desferiu um disparo de arma de fogo no calcanhar de um indivíduo após uma discussão referente ao jogo de sinuca", contou. 

Câmeras de videomonitoramento do posto de combustível, no bairro Manoel Plaza, na Serra, flagraram o momento exato que Lucas deu um tiro no calcanhar de um homem. Segundo o delegado, com as provas recolhidas contra o policial foi pedido a prisão temporária do policial militar. Ele afirma que o policial não tem nenhuma condição de responder o processo em liberdade, em razão ao histórico de ocorrências.

Atualmente, o policial militar está preso no quartel de Maruípe. A arma da polícia, utilizada por ele, uma pistola.40, foi apreendida. "A arma apreendida com ele, no momento de sua prisão, foi enviada para exames de microcomparação balística que confirmou ser a que ele utilizou no homicídio do dia 18 de junho", disse o delegado. 

Para a delegada geral da Polícia Civil, Dra. Denise Maria Carvalho, em exercício, ninguém está acima da lei. 

"As autoridades, os policiais, todos os agentes da segurança pública também são sujeitos a legislação e tem que obedecer à lei, a gente solicita que a população copere com as denúncias", disse. 

*Com informações da repórter Marla Bermudes,  da TV Vitória/Record TV.

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