Polícia

Cinegrafista foi morto na Serra após discussão política sobre eleição para presidente

O crime brutal aconteceu em outubro de 2022, a 2 dias das eleições, dentro de distribuidora de bebidas e foi registrado por câmeras de videomonitoramento

Foto: Reprodução/Vídeo
Câmera flagrou o momento do assassinato

O cinegrafista Leonardo Vieira, de 34 anos, foi assassinado a tiros na Serra em outubro do ano passado, às vésperas das eleições presidenciais, por causa de discussão política. A conclusão foi divulgada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Civil, que informou também que o acusado já está preso e foi localizado na Bahia.

O assassinato aconteceu dentro de uma distribuidora de bebidas no bairro Novo Horizonte, na Serra, e foi registrado por câmeras de videomonitoramento. O crime foi no dia 28 de outubro, a dois dias do segundo turno para presidente, quando disputavam Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

O acusado é Ualesson dos Santos Verissimo, de 33 anos, que fugiu de ônibus para Salvador um dia depois da execução. Ele foi preso na Bahia no dia 12 de agosto deste ano.

A motivação por trás do crime surpreendeu até a polícia.

"Nenhum outro motivo foi levantado a não ser a polarização política durante a disputa presidencial das eleições do ano passado. Poucos dias antes do crime, o suspeito e a vítima tiveram uma discussão por desavenças políticas", afirmou o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori.
Foto: Divulgação / Polícia Civil
Ualesson dos Santos Verissimo foi preso em Salvador

O delegado detalhou que no dia do crime não houve uma nova discussão sobre política entre os dois. Ele contou como foi a ação de Ualesson na ocasião:

"Ao visualizar que a vítima chegava na distribuidora, o suspeito foi até sua residência, buscou uma arma de fogo e retornou para o local com a finalidade de executar a vítima em razão da discussão que eles tiveram poucos dias antes do crime", afirmou.

Sandi Mori disse ainda que, segundo depoimento, o cinegrafista "tinha um jeito peculiar de discutir política".

"De acordo com depoimento, a vítima falava um pouco alto e não aceitava opiniões contrárias, fato que fez com que entrasse em um embate, uma discussão com o suspeito pouco dias antes do crime", acrescentou.

De acordo com a polícia, no dia seguinte ao assassinato Ualesson fugiu após comprar uma passagem de ônibus com destino a Salvador.

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Investigadores começaram a fazer diligências e a prisão ocorreu no dia 12 de agosto, após a polícia capixaba trocar informações e compartilhar o mandado de prisão contra Ualesson com a Superintendência da Polícia Federal da Bahia, que realizou a prisão em Salvador.

O suspeito, que é baiano e tem parentes naquele estado, foi indiciado por homicídio qualificado, por motivo banal e sem oferecer qualquer possibilidade de defesa para a vítima.

Câmeras mostraram frieza do acusado

As imagens da distribuidora de bebidas capturaram o momento do crime, revelando a frieza e a crueldade do ato. 

Ualesson, ainda usando seu uniforme de trabalho, foi flagrado nas imagens entrando no local. A vítima, de camisa azul, estava no balcão conversando com um funcionário do estabelecimento.

VEJA O VÍDEO DO CRIME:

O acusado primeiro entra no banheiro, localizado nos fundos da distribuidora, onde fica por cerca de um minuto. Depois, ao retornar, dispara à queima-roupa na nuca de Leonardo, que cai imediatamente. Mesmo com o cinegrafista já no chão, ele faz mais dois tiros.

"Com a vítima caída ao chão, Ualesson efetua mais disparos, sendo que dois deles atingiram a face da vítima, que morreu no local. Logo após os disparos, Ualesson sai da distribuidora e caminha tranquilamente pelas ruas do bairro", disse o delegado.

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Sandi Mori informou que Ualesson já possuía registros criminais anteriores. "Na Bahia, ele já responde a processos pelos crimes de tráfico e roubo. Porém, no Espírito Santo, estava trabalhando e até o assassinato não havia informação do envolvimento dele com crimes aqui", disse.

Foto: Divulgação/ Polícia Civil
Delegados José Darcy Arruda e Sandi Mori

"Crime bárbaro e cruel", avalia chefe da Polícia Civil

O delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, comentou sobre a prisão, destacando a importância da resposta às demandas da população capixaba.

Ele lamentou a motivação aparentemente trivial que levou a um assassinato tão brutal, enfatizando a necessidade de combater a violência e o uso da força em situações de desentendimento.

"Uma prisão importante de um crime bárbaro e cruel, que é tirar a vida de uma pessoa, um pai de família. Essas intolerâncias nos incomodam muito, mas a polícia está aqui para tirar das ruas essas pessoas que, a qualquer momento, podem matar outras pessoas", afirmou.

*Com informações do repórter Gabriel Cavalini, da TV Vitória/Record TV


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