Polícia

Operação contra jogo do bicho cumpre mandados de busca e apreensão no ES

A operação é uma uma colaboração do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Ministério Público

A nova etapa da Operação Frisson, que investiga esquema que envolve lavagem de dinheiro, "jogo do bicho" e organização criminosa, cumpriu 13 mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (4) em municípios da Grande Vitória para efetivação da prisão de um denunciado no caso. 

A operação é uma colaboração do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e da Polícia Militar. 

O objetivo desta nova etapa é dar continuidade às investigações  referentes à fase da operação deflagrada pelo Gaeco em 13 de junho. O intuito é localizar um dos denunciados, o empresário Kaio Zanolli, foragido desde o início da operação. 

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A investigação teve início em setembro de 2021 e teve apoio da olícia Federal e da Receita Federal. Já em 2022, diversos mandados de busca e apreensão foram realizados em residências e empresas dos investigados. 

Cinco suspeitos já foram presos

Em junho deste ano, cinco envolvidos nos crimes investigados foram presos. Os empresários Sérgio Zanolli, Diego Meriguetti, Jeferson Santos Valadares, Marciano Cruz de Sá e Demer Freitas Ferreira

Foto: Reprodução TV Vitória

Após as prisões, o Ministério Público pediu a restrição de diversos bens dos envolvidos. No total, foi solicitada e deferida judicialmente a restrição sobre 51 imóveis, três embarcações, um avião, um helicóptero, 28 veículos e uma motocicleta.

A partir da análise das provas, de acordo com o MPES, foi possível identificar com detalhes a organização criminosa constituída para a ocultação de bens, direitos e valores obtidos com a exploração do “jogo do bicho”.

A investigação aponta que pessoas jurídicas foram constituídas pelos denunciados para garantir a ocultação dos bens, com reinserção financeira dos valores em nome próprio ou de terceiros laranjas.

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As provas obtidas pelo órgão ao longo da investigação, segundo o MPES, indicam que os denunciados misturam os valores de fontes diversas para confundir os órgãos de controle, utilizando o sistema financeiro oficial para circular parcela dos valores, geralmente por depósitos em dinheiro vivo.

Após a denúncia, a Justiça deferiu também os pedidos de indisponibilidade e alienação antecipada de bens, como medidas preparatórias aos requerimentos dos confiscos ordinário, subsidiário e alargado do patrimônio indevido, buscando não apenas o ressarcimento do valor do dano calculado em R$ 60.491.735,89, mas também atingir o produto/proveito direto dos crimes, bem como aqueles bens que são incompatíveis com a renda lícita dos denunciados, calculados em R$ 64.679.731,06.

Investigado continua foragido

O empresário Kaio Zanolli está foragido desde o mês de junho e é procurado pela Interpol. No dia 24 de junho, um despacho assinado pelo juiz Gustavo Grillo Ferreira, que está atuando na 6ª Vara Criminal de Vila Velha, determina que o suspeito seja extraditado imediatamente caso seja encontrado no exterior. 

"Em tempo, visando conferir efetivo cumprimento ao final do Despacho de fls. 636/637, que acolheu o pedido do parquet de inclusão do mandado de prisão do réu Kaio Zanolli no Cadastro de Difusão Vermelha da Interpol e atento à necessidade de cooperação internacional para o combate ao crime organizado e à prática de lavagem de dinheiro, determino que seja expedido ofício à Polícia Federal, solicitando de pronto – caso seja o réu apreendido no exterior –, a sua extradição ao Brasil, a ser requerida pela via diplomática, bem como a realização das providências necessárias para tanto", afirma o juiz.