Empresário denuncia agressão de policiais militares em Cariacica
A ação dos policiais foi flagrada por câmeras de videomonitoramento da rua
O empresário Henrique Rocha Alves, de 30 anos, foi agredido por policiais militares na madrugada do último sábado (24), na região do bairro São Francisco, em Cariacica.
A ação dos policiais foi flagrada por câmeras de videomonitoramento da rua. Nas imagens, é possível ver que uma viatura fecha o carro do empresário, que sai do veículo com as mãos na cabeça.
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Assim que saiu do carro, Henrique foi jogado ao chão por um dos policiais, que parece também desferir chutes e pisar no empresário.
De acordo com Henrique, a agressão ocorreu quando ele voltava de sua casa para uma praça no bairro São Francisco, onde estava reunido com amigos. Ele foi abordado pelos policiais e segundo ele, nada foi perguntado, a sessão de espancamento apenas teve início.
O empresário contou, inclusive, que os policiais teriam dito que ele estava fugindo deles.
"Eu estava na pracinha de São Francisco, saindo com meus amigos, estávamos tomando uma cerveja. Eu senti um mal-estar e fui embora para casa, para poder usar o banheiro. Retornando da minha casa, na rua embaixo, a viatura me abordou e me mandaram sair do veículo com as mãos na cabeça. Quando eu vi eles, abaixei os vidros, coloquei as mãos na cabeça e saí. Quando eu saí eles já começaram a me desferir golpes. Não perguntaram meu nome, o que eu estava fazendo, só disseram que eu estava fugindo deles", contou.
O empresário contou que durante as agressões, precisou ligar para o pai, já que a abordagem estava bastante violenta.
Segundo ele, neste momento, os policiais começaram a debochar dele. Após as agressões, os militares apenas liberaram o empresário para que fosse embora.
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"Eu liguei para o meu pai durante a abordagem, porque como vi que estava sendo muito agressiva, liguei para ele, começaram a fazer todo o tipo de chacota comigo. Não me levaram preso e nem nada, só me liberaram", disse.
Henrique relatou que não pensou em denunciar os policiais a princípio, uma vez que não havia provas da agressão.
A decisão por registrar um boletim de ocorrência foi tomada após um amigo do empresário contar a ele que as câmeras de videomonitoramento haviam flagrado as agressões.
"Se não tivesse câmera não haveria como fazer nada, eu só consegui fazer alguma coisa porque mandei mensagem para um amigo meu, que disse que a câmera funcionava e capturou a ação", afirmou.
Na manhã de sábado, o empresário conseguiu registrar o boletim de ocorrência, mas relatou que precisou comparecer a quatro unidades diferentes para que o documento fosse feito.
Henrique se queixou de informações desencontradas nas delegacias em que compareceu.
"Tentei registrar em Cariacica, mas segundo o delegado, eu precisava ir direto à Corregedoria. Fui até lá, mas a Corregedoria estava fechada, porque era sábado. Aí me mandaram ir ao IML, me pediram para ir para a DHPP. Na DHPP me pediram para vir para a Regional, aí o policial me atendeu e conseguiu me ajudar para fazer o boletim de ocorrência para fazer o corpo de delito".
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o empresário registrou o boletim na Delegacia Regional de Vitória. O caso foi registrado como lesão corporal e seguirá sob investigação
Na mesma nota, a PC relatou que nenhuma unidade policial civil pode se recusar a registrar um boletim de ocorrência, mesmo que não tenha atribuição para investigar o crime reportado.
O policial civil deve realizar o primeiro atendimento, orientar o notificante e tomar as providências iniciais. Em relação ao atendimento prestado, a Polícia Civil esclarece que qualquer cidadão que se sinta prejudicado pode dirigir-se à Corregedoria e formalizar a denúncia para que o caso seja analisado.
O que diz a Polícia Militar?
Em nota, a Polícia Militar informou que tem conhecimento dos fatos narrados no Boletim Unificado e das imagens capturadas pelo circuito de videomonitoramento para a devida apuração da denúncia e esclarecimento dos fatos.
"A PM já recolheu as informações necessárias junto ao denunciante e será instaurado um Inquérito Policial Militar que irá apurar a conduta dos policiais militares envolvidos na ocorrência policial", diz a nota.
*Com informação do repórter Gabriel Cavalini, da TV Vitória/Record