Polícia

Mãe flagrou funcionária agredindo bebê por meio de câmeras

Segundo a Polícia Civil, a prisão aconteceu no dia 30 de julho. A técnica de enfermagem também trabalhava na UTI pediátrica de um hospital

Foto: Divulgação/Sesp

Os delegados José Darcy Arruda e Gabriela Enne durante coletiva da Polícia Civil

As agressões, realizadas por uma técnica de enfermagem, de 31 anos, contra um bebê de apenas 2 meses, foram flagradas por câmeras de segurança localizadas na casa da família, em Vitória. A mulher foi presa no dia 30 de julho de 2024.

O crime foi descoberto pela mãe da criança, que começou a desconfiar dos hematomas e choro constante do bebê durante a madrugada. Esse era o momento em que o menino ficava sozinho com a cuidadora.

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Segundo a Polícia Civil, após a desconfiança, a tortura sofrida pelo bebê foi constatada por meio de câmeras de segurança. Ao visualizar as gravações, foram identificadas as agressões. 

“Ela dava tapas no bebê, soco nas costas do bebê. A mulher segurava e levantava o bebê pelo pescoço, sem a menor proteção e também em alguns momentos ela sufocava a criança com a fralda e chegou também a tapar a boca da criança, a sufocando”, disse a adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Gabriela Enne.

Além das agressões, também foi identificado que a mulher administrou doses de medicamentos e fórmula de maneira excessiva para o bebê, que possuía intolerância alimentar. 

“Diante dos elementos, que evidenciavam o crime de tortura, além do fato da mulher trabalhar em uma UTI pediátrica, foi decidido pela representação pela prisão preventiva”, disse a delegada. 

A prisão foi realizada no hospital onde a agressora atua em Cariacica. Ela foi encaminhada para sede policial, mas não quis se manifestar.  

Técnica de enfermagem foi indiciada por tortura

A Polícia Civil também informou que a mulher foi indiciada pelo crime de tortura. Ela passou por audiência de custódia e segue presa. Mesmo com os indícios, ela não quis se manifestar sobre o crime.

“Ela não quis se manifestar a hora nenhuma, foi dada oportunidade, ela estava com o advogado lá, no momento em sede policial, ela não quis se manifestar. Acredito que, diante de tantas imagens, que inclusive a advogada analisou as imagens ali e nem ela se manifestou, ela não quis se defender”, afirmou.

A Polícia Civil não divulgou o nome da suspeita nem a identificação da família.

Bebê está em estudo para ver se apresenta sequelas

A Polícia Civil também informou que um laudo médico, encaminhado para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) pela pediatra, demonstrou que a criança está em estudo para possíveis sequelas.

“O bebê está em estudo para ver se desenvolveu lesões maiores internas e algumas sequelas. Além do hematoma que foi causado e também um refluxo gastrointestinal que aumentou muito no último mês porque esse bebê passou por um estresse crônico”, destacou.

A delegada também explicou que está sendo investigada a síndrome do bebê sacudido. “Pelo fato dela sacolejar muito aquela criança e é uma lesão cerebral que pode ocasionar no bebê, mas isso depende de diversos exames feitos no decorrer da investigação”.

“Psicopatia perversa”, diz delegado-geral do ES

O delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda, disse que esse é mais um caso de “psicopatia perversa”, de uma pessoa que não tem condições de conviver em sociedade.

“A prisão dela é muito importante porque além dela estar trabalhando em uma casa particular, mas também trabalhava em um grande hospital, onde poderia estar realizando esse comportamento”, disse.

O delegado também afirmou que, a mulher tem que ser retirada do corpo social e pagar pelos crimes. “A gente não sabe das sequelas que podem ficar nessa criança”.

O que diz o Coren-ES?

Por meio de uma nota, o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que tomou conhecimento, da violenta agressão e tortura a um recém-nascido realizada por uma Técnica de Enfermagem.

Diante das denúncias apresentadas, o Coren-ES informa que está tomando todas as medidas necessárias, conforme a Resolução Cofen nº 706/2022, que normatiza o Código de Processo Ético do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, para a apuração do caso.

“Se a denúncia for considerada admissível, a profissional será julgada pela conduta de seu exercício profissional, podendo receber censura, suspensão e/ou até a cassação do direito de exercer a profissão.
O Coren-ES reforça que este caso isolado não representa o importante papel da Enfermagem capixaba na maternidade e pediatria, que é promover uma assistência qualificada às gestantes, puérperas e recém-nascidos. O Conselho continuará atuando de acordo com a Lei nº 5.905/73 para a promoção da disciplina, da normatização e dos preceitos éticos e legais do exercício da Enfermagem para a sociedade”, diz a nota.
 

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
Produtora Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória