CASO NIKAEL

“Um dos piores crimes que já trabalhei”, diz delegado sobre caso Nikael

O corpo do menino, de 8 anos, foi encontrado dentro do Rio Doce, em Linhares, sem a bermuda. Polícia Civil não descarta nenhuma linha de investigação

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Acervo pessoal

A morte de Nikael Andrade Araújo, de 8 anos, deixou até os policiais espantados com tamanha crueldade. O menino, que estava desaparecido desde sábado (10), foi encontrado morto no Rio Doce, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, na quarta-feira (14).

Segundo a polícia, o corpo estava em estado avançado de decomposição e, por conta disso, precisará passar por exames de DNA. O delegado Fabrício Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares, disse que esse é um dos piores crimes que já trabalhou. 

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"É um dos piores crimes que eu já trabalhei, o menino de apenas 8 anos apareceu morta boiando no Rio Doce. Teve uma situação semelhante anos atrás em Sooretama, quando uma criança de 11 anos foi morta enforcada. Mas essa trouxe grande comoção para Linhares", narra o delegado. 

O menino estava sem a bermuda quando foi achado. Ele estava brincando na frente de casa com outras crianças, que relataram que um homem em um carro branco passou, ofereceu doces e levou a criança.

O delegado explicou que a Polícia Civil trabalha com todas as linhas de investigação e também não descarta nenhuma possibilidade. 

“Existe essa história de que alguém em um carro branco teria oferecido doces ou balas para essa criança e levado ele. Estamos trabalhando para poder identificar essa pessoa, esse carro e identificar testemunhas que possam ajudar a elucidar esse crime”, detalha.

O delegado disse que a família demorou para fazer um registro do boletim de ocorrência. “Aconteceu pelo mito de ter que esperar 24 horas para fazer o registro do boletim de ocorrência. Mas vale ressaltar que ele pode ser feito assim que a pessoa desapareceu”. 

“Não tinha por que fazer essa perversidade”, desabafa irmã 

Iara Costa, 22 anos, irmã do menino Nikael Andrade Araújo, deu uma entrevista emocionada ao Balanço Geral, da TV Vitória e disse não acreditar que fizeram o ato brutal com o irmão. “Por quê? Por qual motivo? Tá doendo”.

Chorando, ela destacou que Nikael era uma criança cheia de amigos, gostava de estudar e frequentava uma igreja evangélica com a família. Um vídeo do menino cantando um louvor chamado “Meu Barquinho” foi compartilhado pela família.

"Ele era uma criança amada, educada, fazia amizade com todo mundo, ninguém tinha raiva dele. Era um menino de ir para a igreja, estudioso, muito educado. Não tinha por que fazer essa perversidade. Era só uma criança de 8 anos, não tinha maldade no coração", declarou Iara.

Relembre o caso 

Nikael desapareceu no último sábado (10) e, de acordo com informações que a Polícia Civil investiga, ele teria entrado no carro de um desconhecido, que ofereceu doces para as crianças que estavam brincando na rua.

O corpo foi encontrado longe da margem do rio, em uma área de difícil acesso, onde é preciso utilizar barcos para chegar. 

O menino estava sem a bermuda, o que também é investigado pela Polícia Civil, na suspeita de que poderia ter sofrido violência, informação que será apurada com os exames no DML.

Até o momento, nenhum suspeito foi localizado. O caso segue sob investigação da Polícia Civil. Mais informações sobre o caso podem ser repassadas por meio do Disque-denúncia 181. 

*Com informações do repórter André Falcão, da TV Vitória/ Record 

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