Polícia

Ônibus não circulam e escolas e unidade de saúde são fechadas no Morro do Quadro, em Vitória

As medidas foram adotadas após protestos na região. As manifestações são motivadas pela morte de um jovem durante um confronto entre suspeitos e policiais militares

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Foto: Reprodução/ WhatsApp TV Vitória

Duas escolas e uma unidade de saúde foram fechadas e os ônibus deixaram de circular na tarde desta quarta-feira (15), na região do Morro do Quadro, em Vitória. 

Durante a manhã, moradores da região atearam fogo em objetos e quebraram o vidro de dois ônibus. O protesto ocorreu após a morte de um jovem na noite de terça-feira (14) durante uma troca de tiros com policiais militares.

Segundo a GVBus, ônibus das linhas 123 e 201 foram apedrejados. Os coletivos fazem o mesmo itinerário na região do conflito. A empresa informou que não houve feridos.

No momento que o coletivo da linha 201 foi apedrejado havia aproximadamente cinco passageiros a bordo. Ninguém ficou ferido. Já no ônibus da linha 123 não havia passageiros. Os ônibus, segundo as empresas, foram recolhidos para a garagem.

De acordo com a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES), a suspensão da circulação do transporte público na região é uma medida para preservar a segurança dos passageiros e dos trabalhadores. 

As linhas 151 e 123 estão seguindo até as imediações do Sambão do Povo. As duas linhas juntas, transportam, em média 1.800 passageiros por dia. Ainda de acordo com a Ceturb-ES, assim que a situação se tranquilizar na região, os ônibus irão voltar a cumprir o itinerário normalmente.

Escolas e unidades de saúde foram fechadas no Morro do Quadro

Além da interrupção na circulação dos coletivos, duas escolas municipais e uma unidade de saúde da região do Morro do Quadro foram fechadas na tarde desta quarta-feira (15) devido aos conflitos. 

A Secretaria de Educação de Vitória informou que o Centro Municipal de Educação Infantil Odila Simões, no bairro Do Quadro, e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Mauro Braga, no bairro Santa Tereza, que fica na região, estão atendendo aos estudantes pelo regime remoto emergencial.

Com base nas orientações das autoridades de segurança, a unidade de saúde do Morro do Quadro também foi fechada. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde. 

Reprodução/TV Vitória
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Entenda o que tem motivado os conflitos 

Um homem morreu e um policial militar foi baleado durante um confronto, entre policiais e suspeitos, no Morro do Quadro, em Vitória. O confronto aconteceu entre a noite desta terça (14) e a madrugada desta quarta-feira (15).

Segundo a Polícia Militar, um patrulhamento era realizado no local com o intuito de prevenir o tráfico de drogas. Militares fizeram um cerco em uma escadaria para localizar pessoas com entorpecentes e armamentos.

Durante o cerco, de acordo com a polícia, três suspeitos armados subiram a escadaria correndo. Os policiais deram voz de prisão, mas não foram atendidos. Com isso, diversos disparos foram realizados em direção aos militares, que revidaram.

Os policiais solicitaram reforço para o atendimento da ocorrência e, com a chegada de outras equipes, foram realizadas buscas para localizar armas e entorpecentes. Quando os policiais chegaram na parte superior da escadaria, um homem, de 22 anos, baleado foi encontrado.

Segundo a polícia, o rapaz ferido estava em posse de uma arma calibre 38 e um rádio comunicador em mãos. Ele foi encaminhado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência de Vitória, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Durante a ação, um dos militares foi atingido por um disparo, que acertou o colete balístico que ele usava.

Na manhã desta quarta-feira, moradores fizeram um protesto no Morro do Quadro. De acordo com uma moradora, que não quis se identificar, durante a ação que ocorreu na madrugada os policiais subiam a escadaria e teriam atirado no momento que viram o suspeito.

"Os policiais deram de frente com ele e atiraram na cabeça. Ele não estava armado. Não é porque ele morreu que eu vou defender ninguém não. Era um menino educado que não andava armado. Foram muitos tiros. Eu desmoronei porque estava vindo de um culto onde falávamos de salvação. A irmã desse jovem estava aceitando Jesus na hora que o irmão dela estava sendo morto", contou.

Reprodução/TV Vitória
Reprodução/TV Vitória
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Secretário de Segurança garante que trabalho é feito

O secretário de Segurança Pública do Estado, coronel Alexandre Ramalho, garantiu que as forças de segurança estão se doando ao máximo para combater a criminalidade.

"Temos uma legislação no Brasil que não alcança os interesses da criminalidade. Uma criminalidade juvenil, de 12 a 19 anos. Mão de obra barata utilizada amplamente pelo grande traficante, que não fica presa", afirmou. Veja o vídeo abaixo: