Polícia

Operação Annabelle: mulher fingia ser homem para extorquir gays; entenda caso

Após ter conversas íntimas com as vítimas e receberem fotos comprometedoras, a criminosa exigia R$ 20 mil para não vazar as imagens; veja como era crime

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Metrópoles

Uma jovem de 20 anos de idade foi detida após se passar por homens interessados em relacionamentos homoafetivos na internet, apenas para extorquir virtualmente suas vítimas.

Ela foi presa em Londrina, no Paraná, por equipes da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

De acordo com as investigações da Operação Annabelle, a mulher fazia parte de um grupo criminoso responsável pelos ataques. 

Os suspeitos utilizavam as redes sociais para atrair suas vítimas, em sua maioria do sexo masculino, engajando-os em conversas íntimas e solicitando imagens comprometedoras.

Depois, segundo o Metrópoles, exigiam o pagamento de R$ 20 mil para evitar a divulgação dessas imagens na internet.

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A operação resultou no cumprimento de um mandado de prisão preventiva em nome da jovem, bem como na realização de buscas e apreensões. 

A ação recebeu apoio da Polícia Civil do Paraná e a autora será indiciada pelo crime de extorsão, delito que pode resultar em uma pena de até 10 anos de reclusão.

Durante a busca na residência da suspeita, foram encontrados uma significativa quantia em dinheiro e diversos dispositivos eletrônicos.

De acordo com o Metrópoles, esses dispositivos serão submetidos a análises periciais como parte das investigações, que continuam com o objetivo de identificar outros envolvidos nesse esquema criminoso.

GOLPE DO PIX

A Kaspersky, uma empresa especializada em segurança de software, identificou uma nova ameaça que possibilita a cibercriminosos roubar valores de transações Pix em um celular "infectado" sem o conhecimento imediato da vítima.

Importante ressaltar que esse vírus afeta somente dispositivos Android.

De acordo com Tilt, da UOL, a operação funciona da seguinte forma: um trojan bancário (um programa disfarçado instalado no celular) consegue modificar a chave Pix durante uma transferência bancária para a conta do criminoso.

Esse malware não apenas tem a capacidade de alterar o destino do dinheiro, mas também de modificar o valor da transação, ajustando-o de acordo com o saldo disponível na conta da vítima.

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A única pista visível desse processo é um leve tremor na tela do celular.

Em um vídeo obtido pela Kaspersky e visto por Tilt, a empresa identificou que existem variações desse malware que podem roubar praticamente todo o saldo da conta da vítima.

O vídeo mostra uma pessoa que tenta transferir R$ 1 para um conhecido. Na hora de digitar a senha para concluir o processo, ela volta para verificar se está correto, mas há o nome de outra pessoa e o valor de R$ 636,95 (97% do valor do saldo da pessoa, que no caso era R$ 650).

Neste caso, a vítima só se daria conta da perda de dinheiro após verificar o saldo de sua conta bancária.

AMEAÇA

O trojan bancário conhecido como Brats já foi identificado mais de 1.500 vezes desde janeiro até o momento, de acordo com a Kaspersky, e há preocupações de que essa ameaça possa continuar a se espalhar.

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Curiosamente, de acordo com Tilt, este é o segundo trojan bancário mais detectado pela empresa, apesar de ter sido descoberto apenas no final do ano passado.

MÃO INVISÍVEL

O Brats representa uma evolução do golpe conhecido como "mão invisível". O "Br" em seu nome refere-se ao Brasil, onde essa ameaça tem sido identificada até agora. Já o "ats" é uma sigla em inglês para "sistema automatizado de transferência".

Segundo Tilt, no golpe da "mão invisível", um smartphone infectado ao acessar um aplicativo bancário notifica o cibercriminoso, permitindo-lhe obter acesso remoto ao dispositivo e controlá-lo, incluindo a capacidade de modificar valores de transferências e realizar outras operações.

"Este novo trojan, o Brats, não exige que o cibercriminoso esteja em frente ao computador para executar a transferência bancária. O criminoso pode estar na praia enquanto o malware está roubando as pessoas. Isso faz com que eles consigam ganhar no volume", explica Fabio Marenghi, analista de segurança de informação da Kaspersky.

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Os cibercriminosos têm preferência pelo Pix por sua capacidade de transferência instantânea de dinheiro, o que lhes permite enviar fundos rapidamente para várias contas a fim de dispersar os valores e dificultar a rastreabilidade.

COMO ACONTECE A INFECÇÃO?

O Brats é escondido dentro de um aplicativo obtido fora da loja oficial do Google, de acordo com a Kaspersky. 

O processo de infecção geralmente começa quando a vítima visita um site que promete dinheiro ao baixar um aplicativo de extensão .APK (formato de arquivo de aplicativos Android) e abrir um "baú".

Segundo o Tilt, este aplicativo exibe uma notificação falsa que alega a necessidade de uma atualização do leitor de PDF ou do Flash Player e solicita que a vítima conceda permissão de acessibilidade.

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O aplicativo orienta a vítima a acessar as configurações do Android e fornece instruções detalhadas para conceder a permissão de acessibilidade.

"Se a pessoa não der essa permissão de acessibilidade, o malware não vai conseguir interagir com outros aplicativos e não vai realizar a fraude", explica Marenghi, da Kaspersky.

COMO EVITAR?

Para evitar a infecção pelo Brats, é importante seguir estas orientações:

1. Não instale aplicativos fora da loja oficial do Android. Muitas ameaças, segundo a Kaspersky, são instaladas dessa forma.

2. Caso instale um programa que solicite permissão de acessibilidade, não conceda essa permissão, a menos que tenha total confiança na fonte do aplicativo.

3. Tenha um software antivírus instalado no seu smartphone.

Com o aumento das transações realizadas por dispositivos móveis, o cibercrime está migrando do computador para os dispositivos móveis, tornando ainda mais importante a proteção contra ameaças.

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