Crimes de estelionato crescem mais de 300% no ES em cinco anos
Número de casos dessa natureza saltou de 10.295, em 2018, para 41.990, no ano passado. Dados são do Anuário Estadual da Segurança Pública, lançado nesta segunda (25)
A quantidade de crimes de estelionato e fraudes no Espírito Santo teve um crescimento de 308% em apenas cinco anos. Nesse período, o número de casos registrados dessa natureza saltou de 10.295, ao longo de todo o ano de 2018, para 41.990, no ano passado.
Os dados são da primeira edição do Anuário Estadual da Segurança Pública no Espírito Santo, lançado nesta segunda-feira (25) pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
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O levantamento aponta que, entre 2018 e 2022, o número de registros de estelionato e fraude cresceu continuamente no Estado.
De acordo com a publicação, em 2018, foi registrada uma média de 28 crimes de estelionato por dia em todo o Espírito Santo.
Em 2022, essa média saltou para 116 registros diários. Em fevereiro do ano passado, foi registrado um pico de 237 ocorrências em um único dia.
Segundo o Anuário, o crescimento do crime de estelionato e fraude ocorreu em todas as regiões capixabas, com destaque para a Grande Vitória.
Na Região Metropolitana, foram registrados 5.643 casos dessa natureza em 2018. Já no ano passado, o número aumentou para 26.590, um crescimento de cerca de 371%.
Estelionatários agiram principalmente em agências bancárias e ambiente web
O levantamento aponta que as agências bancárias foram o principal alvo dos golpistas. Nesses locais, ocorreu o maior crescimento percentual dos registros de estelionato, entre os anos de 2019 e 2020, quando foi registrado 150% de aumento deste tipo de incidente, em todo o Espírito Santo.
O ambiente web também foi bastante explorado pelos estelionatários. De 2019 a 2020, ano em que teve início a pandemia da covid-19, houve um crescimento de 103% desse tipo de crime. Já de 2020 para 2021, o aumento foi de 90%.
Em números absolutos, no entanto, o maior crescimento do registro de crimes de estelionato e fraude, nos últimos anos, ocorreu em ambiente web, saltando de 1.572 registros, em 2018, para 16.879, em 2022.
"A partir da pandemia, percebemos um crescimento dos crimes eletrônicos. Temos uma dificuldade para investigar esses crimes, tendo em vista que, muitas vezes, eles permeiam em vários estados. Uma vítima aqui do Espírito Santo pode receber um telefonema de um indivíduo de São Paulo e o dinheiro ir parar no Mato Grosso. E nós, enquanto investigação, não temos ainda consolidados todos os dados disponíveis dos bancos, principalmente para analisar essa transação", destacou o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho.
Por outro lado, houve uma redução de 5% na quantidade de estelionatos no comércio, entre 2019 e 2020. Segundo o Anuário, tal fenômeno pode ter ocorrido em função do isolamento social, decorrente da pandemia.
De acordo com o Anuário divulgado pelo governo do Estado, há um forte indicativo de que o crescimento dos crimes de estelionato e fraude esteja diretamente associado ao fato de também ser crescente a adesão ao uso de tecnologias digitais, principalmente as relacionadas às movimentações financeiras, com o advento e difusão do Pix em aplicativos bancários de celular.
"Com a necessidade de isolamento social surgida a partir do ano de 2020, quando eclodiu a pandemia mundial do novo coronavírus, houve necessidade de adoção de formas alternativas de concretização das relações sociais e econômicas. A alternativa para essa nova realidade foi a intensificação do uso da telefonia celular e da internet para os mais diversos tipos de serviço", diz um trecho da publicação.
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