ES tem menos homicídios em 8 meses desde 1996, mas conflitos deixam população insegura
Agosto também foi o mês com o menor número de homicídios (60) no período de 27 anos
O Espírito Santo registrou o menor número de homicídios no período de oito meses, de janeiro a agosto, em 27 anos, desde 1996, quando foi iniciada a série histórica.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), foram 60 mortes registradas em agosto, totalizando 633 assassinatos até 31 de agosto, contra 661 em 2022, no mesmo intervalo de tempo. São 28 crimes a menos, e 4,2% de redução.
Outro ponto a se destacar é que o mês passado contabilizou o menor número de homicídios desde 1996. Até o novo recorde, os menores números haviam sido obtidos no ano de 2019 e 2020, com 73 mortes.
Em 2022, o Espírito Santo conseguiu voltar ao patamar de menos de mil homicídios atingido em 2019, mas o feito não se repetiu nos dois anos seguintes.
Mesmo com a redução dos assassinatos nos oito meses deste ano, a sensação de insegurança permanece uma realidade no Estado (leia opinião de especialista no mais abaixo).
Nesta sexta-feira (1), os corpos dos três adolescentes desaparecidos em Sooretama, no Norte do Estado, foram encontrados enterrados no meio de uma plantação de eucaliptos.
Já na segunda-feira (28), um confronto registrado na Avenida Leitão da Silva deixou moradores e motoristas no meio de um fogo cruzado entre policiais e criminosos.
A ação deixou um morto e três feridos, entre eles um trabalhador que foi vítima de bala perdida.
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Nas redes sociais, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), comemorou a redução dos assassinatos.
Os dados também foram comentados pelo secretário de Segurança Pública do Estado (SESP), coronel Alexandre Ramalho, na sexta-feira (1º).
Ramalho destacou que foram registrados 35 homicídios a menos nos municípios capixabas em agosto deste ano em comparação com 2022. Nos últimos 31 dias, foram registrados 60 assassinatos, contra 95 registrados no mesmo período do ano passado.
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Conforme a Sesp, cerca de 61% das vítimas de homicídios tinham alguma relação com o tráfico de droga. Além disso, 40% das vítimas eram jovens na faixa etária de 15 a 29 anos e 59% das vítimas possuíam registro criminal.
Além disso, 72% dos casos apresentavam características de execução, quando a vítima não tem nenhuma chance de defesa e 50% dos crimes foram praticados em via pública.
"Sensação grande de insegurança"
Em entrevista ao jornal online Folha Vitória, a delegada aposentada Gracimeri Gaviorno, especialista em segurança pública, destaca que a população vive com sensação de insegurança.
"Infelizmente, mesmo com a redução dos homicídios, vemos uma sensação grande de insegurança e isso assusta a população", disse.
No caso específico do confronto com tiros e morte na Avenida Leitão da Silva, a especialista em segurança narra que seria mais do que necessária uma intensificação da segurança e o trabalho de ações para evitar futuras ocorrências.
"O caso na Leitão da Silva é fruto do aumento de uma criminalidade na região. De todo modo, em relação à diminuição de homicídios, é preciso, sim, comemorar cada vida preservada. São, em sua maioria, jovens que terão toda vida pela frente", narra.
Ao mesmo tempo, a delegada aposentada ressalta que o aumento da atuação das guardas municipais é fundamental para o reforço da segurança e para a redução ainda mais dos crimes contra a vida.
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