Marido preso suspeito de matar médica em hotel do ES é ex-prefeito em MG
Fuvio Luziano Serafim foi preso suspeito de matar a esposa, Juliana Ruas El-Aoua, em um hotel de Colatina. Ele foi prefeito de Catuji, em Minas, de 2016 a 2020
O empresário de 44 anos preso suspeito de matar a médica mineira Juliana Ruas El-Aoua, em um quarto de hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, foi prefeito de Catuji, em Minas Gerais, no período de 2016 a 2020.
Segundo a Polícia Civil, Fuvio Luziano Serafim foi autuado em flagrante por "homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicidio)".
Além dele, o motorista do casal, identificado como Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, também foi preso por suspeita de participação no crime.
No corpo de Juliana, segundo a polícia, foram encontradas marcas de asfixia e cortes na cabeça. No Instituto Médico Legal, foi constatado que a causa da morte foi traumatismo craniano e asfixia mecânica.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, na manhã de sábado (2), a ´Polícia Militar recebeu informações de um possível homicídio ocorrido nas dependências de um hotel do bairro Benjamim Carlos dos Santos.
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Quando os militares chegaram no local, a gerente informou que Juliana estava hospedada em um quarto com o marido, e o motorista do casal estava em outro aposento, no mesmo andar.
Pela manhã, segundo ela, Fuvio apareceu na recepção bastante alterado, com pressa para pagar a conta, alegando que sua esposa estava passando muito mal e teve um desmaio.
O Samu foi acionado e, ao chegar no local, a equipe constatou o óbito da Juliana. Considerando a possibilidade de tratar-se de um cenário de crime, a perícia foi acionada e realizou o isolamento área.
Durante as investigações ainda no local, foi constatado, através de câmeras de monitoramento interno, uma movimentação de entrada e saída no quarto do casal durante a madrugada, entre o marido da médica e o motorista.
Segundo a gerente do hotel, outros hóspedes teriam reclamado de bagunça e barulhos no quarto do casal também durante a madrugada.
Ex-prefeito e motorista contaram versões diferentes
Ao serem questionados sobre o que teria ocorrido, Fuvio relatou que sua esposa havia passado por um procedimento cirúrgico no dia anterior (sexta-feira) e, durante a noite, eles teriam ido a uma churrascaria.
Eles retornaram para o hotel e, ao acordar na manhã de sábado, ele teria encontrado Juliana desmaiada na cama, possivelmente em óbito. Fuvio relatou que fez contato com o Samu e foi orientado a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.
Já o motorista, contou uma versão diferente. Ele relatou que foi chamado por Fuvio para ir ao quarto pois Juliana havia caído no banheiro e precisava de ajuda.
A polícia destacou que os peritos encontraram o quarto de hotel revirado, com garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama e vidros de remédio quebrado. Além disso, segundo o boletim de ocorrência, a médica apresentava ferimentos.
A janela do quarto aberta também chamou a atenção dos peritos. Ao olhar para baixo, eles encontraram um frasco quebrado de um medicamento anestésico no estacionamento do hotel, exatamente embaixo da janela do quarto do casal.
Diante de todas as informações colhidas nas investigações, o marido de Juliana e o motorista foram levados para a delegacia e apresentados à autoridade policial.
Por orientação da perícia e policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, foram recolhidos também uma pasta com vários papéis e os quatro celulares dos envolvidos.
Em nota, a Polícia Civil informou que o ex-prefeito foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicidio).
Já o motorista, foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Ambos foram encaminhados ao sistema prisional e o caso seguirá sob investigação.
Até o momento, a equipe de reportagem não localizou a defesa do empresário e do motorista. O espaço segue aberto para manifestação.
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