Deolane vai para prisão onde estão "canibais de Garanhuns"
A influenciadora e advogada foi colocada em uma cela reservada para "resguardar a sua integridade física", em Pernambuco
A influenciadora Deolane Bezerra, presa em uma operação contra lavagem de dinheiro e jogos ilegais, passou a última noite, entre terça (10) e quarta-feira (11) sozinha em uma cela da Colônia Penal Feminina, na cidade de Buíque, Agreste de Pernambuco.
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De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (SEAP), a influenciadora foi colocada em uma cela reservada para "resguardar a sua integridade física".
Segundo as autoridades que estão investigando o caso, um grupo ligado a sites de apostas esportivas está entre os alvos da investigação, mas que o alvo principal são atividades não permitidas pela lei, já que as apostas esportivas são regulares.
Há suspeita de que esses sites de apostas esportivas estão sendo utilizados para lavagem de dinheiro do jogo do bicho. Deolane afirma ser vítima de uma "grande injustiça".
O presídio é conhecido por abrigar presas em casos de grande repercussão. A unidade tem problemas de superlotação e abriga duas presas que foram condenadas pela prática de canibalismo.
Deolane havia saído da detenção com tornozeleira eletrônica para cumprir prisão domiciliar na segunda-feira (09), após a defesa conseguir um habeas corpus para colocá-la em prisão domiciliar, já que ela é mãe de uma criança, mas voltou a prisão no dia seguinte após descumprir medidas cautelares determinadas pela Justiça.
As medidas cautelares exigiam que ela ficasse em silêncio durante as investigações do caso.
Ao determinar a transferência para a colônia de Buíque, no Agreste pernambucano, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital, avaliou que a unidade prisional no Agreste é um “ambiente mais adequado para a preservação da tranquilidade pública”.
A influenciadora digital chegou ao local na noite desta terça feira (10) escoltada por quatro viaturas da Polícia Civil.
Colônia Penal Feminina de Buíque abriga mais que o dobro permitido
De acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Sisdepen), a colônia tem capacidade para 109 mulheres, mas está ocupada por 270 detentas.
Deolane está na mesma unidade penal onde cumprem penas duas mulheres que ficaram conhecidas como as “canibais de Garanhuns” por matar, esquartejar os corpos e comerem a carne de pelo menos duas mulheres.
Elas usavam a carne para fazer salgados que eram vendidos na cidade de Garanhuns. Em 2018, as duas mulheres foram condenadas a 71 e 68 anos de prisão, respectivamente.
Operação Integration
A Operação Integration, em que Deolane é investigada, cumpriu 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações), além de valores. No âmbito da investigação, foi pedido o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.
Os mandados foram cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO).
*Com informações do Estadão