Polícia

Golpe: criminosos vendem e até alugam cartões clonados pela internet

Entre 2021 e 2022, esse tipo de estelionato cresceu 70%; os golpistas vendem os cartões aos clientes com diversos limites

Redação Folha Vitória

Foto: Agência Brasil

Um golpe envolvendo cartões de banco está chamando atenção das autoridades. Os golpistas, agora, além de clonar os cartões, os vendem ou os alugam para outras pessoas utilizarem.

O crime acontece pela internet. O cliente pode escolher qual tipo de cartão quer, de acordo com os limites, e paga um valor. Por exemplo, para usar o cartão com limite até R$ 500, a pessoa paga R$ 60 aos criminosos. Já os com limites até R$ 5 mil, a pessoa paga R$ 150 aos criminosos para usar.

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Um das vítimas é uma aposentada, de 64 anos, que preferiu não se identificar. Ela teve três cartões clonados.

"Eu recebi uma mensagem dizendo que eu tinha um presente e se eu queria retirar na loja ou receber em casa. Quando o motoboy chegou, eu passei o cartão de débito, vi que o valor estava certo e o nome da loja também. O motoboy disse que o cartão não tinha passado e me perguntou se eu tinha outra bandeira, então, eu passei o outro cartão e, depois, outro..."

Com os novos cartões clonados, os criminosos fazem as transações pelas redes sociais, principalmente na rede Telegram. Os golpistas até compartilham comprovantes de PIX com os dados das vítimas para atestar que o golpe funciona.

Entre 2021 e 2022, esse tipo de golpe cresceu 70%. No Brasil, os números, somando todos os tipos de golpes, chegaram a 1,8 milhão no ano passado. Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O advogado criminalista Rafael Freitas Lima informa que o golpe é perigoso e gera punição tanto para quem clona quanto para quem adquire os cartões.

"Tem que ter muito cuidado com esse tipo de mercado. Não só quem oferece, mas quem adquire, comete crimes. Quem adquiriu o cartão e fez uma compra fraudulenta, comete o crime de furto mediante fraude e pode chegar até oito anos de reclusão", explicou.

*Com informações de André Falcão, repórter da TV Vitória/Record.