Polícia

Grávida atingida por spray de pimenta contesta versão da PM: "Abuso"

Polícia Militar diz que grupo provocou tumulto; a abordagem foi feita porque o condutor do veículo que estava com a grávida transportava crianças na carroceria

Redação Folha Vitória

Foto: Redação Folha Vitória

A grávida atingida por spray de pimenta durante uma abordagem policial na cidade de Pedro Canário, região Norte do Espírito Santo, se pronunciou contestando a versão da Polícia Militar sobre o caso.

A corporação informou que a abordagem foi feita porque o condutor do veículo que estava com a grávida transportava crianças na carroceria do carro, o que é ilegal. Na abordagem, segundo a PM, o grupo provocou tumulto. O caso aconteceu na noite de domingo (31).

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Pelas redes sociais, a grávida, Thayná Fernandes, realizou uma série de publicações, entre vídeos e relatos, afirmando que houve abuso de autoridade por parte dos policiais. Em uma das publicações, a grávida conta que as crianças começaram a brincar na carroceria quando o carro estava estacionando.

"Estávamos indo ao único lugar de lazer que minha cidade tem, levando as crianças no pula-pula da Lagoa Augusto Ruschi. Chegando lá, estacionamos e as crianças começaram a brincar na carroceria, eu sequer tinha visto porque estava sentada dentro do carro. Logo depois, a viatura estacionou e pediu os documentos do carro. Meu tio disse que o carro estava em dia e a CNH também, que os PMs podiam puxar a placa. Ao ouvir isso, o policial que dirigia a viatura gritou: você quer me ensinar a trabalhar?", publicou.

A mulher, que está com 37 semanas de gestação, ainda informou que foi atingida pelo spray de pimenta duas vezes e o tio foi atingido por uma arma de choque. Na versão da grávida, afirma não ter motivo para que os policiais agissem dessa forma, porque, segundo ela, ninguém estava bêbado ou teria usado entorpecentes.

O que diz a Polícia Militar

A Polícia Militar, em nota, informou os PMs se depararam com um condutor que transportava crianças na carroceria de um veículo, "prática proibida por lei por representar um risco iminente à vida".

Ainda segundo a nota, ao ser abordado, o motorista se recusou a obedecer às ordens dos policiais, "tendo atraído uma aglomeração de pessoas, provocando tumulto no local".

Para controlar a situação, "diante da resistência do infrator, e garantir a integridade física das pessoas presentes, foi feito uso progressivo da força, para dispersar as pessoas que se aglomeravam".

A corporação finalizou dizendo que "reforça o compromisso com a segurança pública através do policiamento ostensivo e destaca que suas ações são pautadas pela legalidade e respeito à integridade física de todos, sobretudo os mais vulneráveis, para a proteção da vida de todos os capixabas".

Veja o vídeo do momento da abordagem: