Mãe e filho são presos por morte de taxista na Serra; um suspeito está foragido
Taxista José Erculano, de 75 anos, foi encontrado morto no porta-malas de seu carro, após ser assaltado e abandonado sob calor extremo
A Polícia Civil prendeu Verônica Barbosa de Andrade, de 44 anos, e seu filho Erivelton de Andrade Agostinho, 22 anos, ambos suspeitos de envolvimento na morte do taxista José Erculano Marques, de 75 anos, encontrado no porta-malas de seu carro no bairro Jacuhy, na Serra.
O crime ocorreu em março deste ano, e a investigação aponta latrocínio como a principal motivação. Um terceiro suspeito, identificado como Heric da Silva Fidelis de Miranda, de 22 anos, segue foragido.
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José Erculano morreu devido a um infarto causado pela exposição ao calor intenso dentro do porta-malas, onde foi deixado por mais de 20h.
"Estudos indicam que a temperatura dentro de um veículo fechado pode ultrapassar 50°C em menos de uma hora, criando uma condição insuportável para a vítima", afirmou o perito criminal Carlos Augusto Chamoun.
De acordo com a investigação conduzida pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Verônica conhecia a vítima e chegou a fazer amizade com a vítima, arquitetou o crime após descobrir que o taxista costumava carregar dinheiro em espécie. Ela, seu filho Erivelton e Erick planejaram o roubo.
Durante a corrida, no bairro Jacuhy, Erick imobilizou o taxista enquanto Verônica e Erivelton roubavam seus pertences, cerca de R$ 500. O trio, então, prendeu José Erculano no porta-malas e abandonou o veículo.
O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, também confirmou que a vítima tentou escapar utilizando uma barra de ferro encontrada no compartimento, mas não conseguiu.
"Eles colocaram a vítima no porta-malas, roubaram cerca de R$ 500 e abandonaram o táxi com o corpo. O taxista ainda estava vivo quando foi colocado no porta-malas e lutou para sair", relatou o delegado.
A ação criminosa foi captada por câmeras de segurança, que mostram o momento em que os suspeitos abandonam o carro com o idoso preso no interior.
O veículo foi encontrado mais de 20h depois, e o calor extremo a que o taxista foi exposto foi determinante para o infarto que o matou, segundo a perícia oficial.
As investigações contaram com o apoio de denúncias anônimas recebidas por meio do serviço 181, após a divulgação das imagens dos suspeitos.
O delegado Rodrigo Sandi Mori relatou que mãe e filho confessaram o crime em detalhes, e os três foram indiciados e se tornaram réus em uma ação penal que tramita na 5ª Vara Criminal da Serra.
"Nós representamos pela prisão temporária dos três suspeitos. O Eric, logo após a divulgação das imagens, fugiu para Minas Gerais. Ambos confessaram o crime em detalhes, explicando a motivação e a dinâmica do latrocínio. Os três foram indiciados por latrocínio e são réus em ação penal na 5ª Vara Criminal do Júri da Serra."