Polícia

Chacina: suspeito de matar seis pessoas tem novo mandado de prisão decretado

A decisão da Justiça, no entanto, é referente a outro processo ao qual Saulo da Silva Abner responde, por receptação e adulteração de sinal identificador de veículo

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Foto: TV Vitória

A Justiça expediu, nesta quinta-feira (21), um novo mandado de prisão contra Saulo da Silva Abner, de 25 anos, suspeito de matar seis pessoas e balear outras três durante um churrasco no bairro Darly Santos, em Vila Velha, no último sábado (16). No entanto, o novo mandado nada tem a ver com os homicídios cometidos por ele.

A decisão judicial é referente a um outro processo ao qual Saulo responde, por receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. Em outubro de 2018, ele foi preso por suspeita de envolvimento em uma venda de moto roubada.

Na ocasião, Saulo foi preso em flagrante, mas o juiz concedeu a ele a liberdade provisória, desde que o suspeito cumprisse uma série de medidas cautelares, como proibição de sair da Grande Vitória sem autorização judicial, comparecer a todos os atos do processo, recolhimento domiciliar das 20h às 6h, proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados, entre outras.

No entanto, o juiz Flávio Jabour Moulin entendeu que as medidas cautelares impostas ao acusado não estavam sendo suficientes. 

O magistrado, inclusive, citou o fato de Saulo ser suspeito de cometer os assassinatos consumados e tentados, no último fim de semana.

Dessa forma, o juiz acatou um pedido do Ministério Público Estadual (MPES) e decretou a prisão preventiva de Saulo no processo, para "garantir a ordem pública, a paz social, bem como a aplicação da lei penal".

Juíza não considerou homicídios ao decretar prisão do suspeito

Saulo foi preso na última segunda-feira (18) e levado para o Centro de Triagem de Viana. Na terça-feira (19), durante audiência de custódia, a juíza Raquel de Almeida Valinho converteu a prisão dele de flagrante para preventiva.

No entanto, na decisão, ela considerou apenas o crime de posse ilegal de arma de fogo. Isso porque a magistrada entendeu que, pelo tempo decorrido desde o crime até a prisão do suspeito, já não se aplicava mais a prisão em flagrante.

"Primeiramente, relaxo a prisão em flagrante no que tange ao crime de homicídio, em razão do tempo decorrido. Mas em relação ao art. 12, caput da Lei 10.826/03 (posse ilegal de arma) homologo a prisão em flagrante e delito", escreveu a juíza.

Sexta vítima da chacina morreu nesta quinta-feira

Nesta quinta-feira, morreu a sexta vítima da chacina ocorrida no último sábado. O serralheiro Renato Chagas Sales, de 41 anos, estava internado, mas não resistiu aos ferimentos.

Foto: Divulgação

Familiares de Renato contaram para a reportagem da TV Vitória/Record TV que ele foi ao churrasco para fazer uma doação de telhas para o dono do imóvel. Ele levou um tiro no peito e foi encaminhado para um hospital.

Outras cinco pessoas já haviam morrido no dia do crime. De acordo com a polícia, Saulo confessou os homicídios. As investigações da Polícia Civil indicam que a motivação dos assassinatos foi uma briga envolvendo uma disputa por terreno.

No depoimento, Abner disse que se revoltou porque a festa acontecia num terreno que ele diz ser seu. Ele, então, resolveu se vingar dos supostos invasores de sua propriedade e chegou atirando.

Morreram na chacina a professora de inglês Elaine Cristina Machado, de 49 anos; o feirante Felipe dos Santos, de 31; o líder comunitário José Querino Filho, de 59; o aposentado Claudionor Liberato, de 59, e José Roberto, de 40.

Foto: Reprodução redes sociais

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