Polícia

Avó de criança morta na Serra: "Não esperava confissão e não acredito que ele se arrependeu"

Aghata Vitória Santos Godinho, de 5 anos, morta no bairro Cidade Nova, na Serra, no dia 19 de outubro de 2020

Foto: arquivo pessoal

A avó da pequena Aghata Vitória Santos Godinho, de 5 anos, morta no bairro Cidade Nova, na Serra, no dia 19 de outubro de 2020, afirmou que não imaginava a reação do padrasto, que confessou o crime diante do plenário. “Não esperava que confessasse, mas não acredito que ele se arrependeu”, disse a avó.

O padrasto, Elisnai Borges Eloy, foi condenado por Júri Popular, que teve início às 13h desta quinta-feira (20), a uma pena de 37 anos e 17 dias de reclusão.

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Durante o júri 

O réu foi condenado pela prática do crime de homicídio consumado e qualificado, por motivo torpe, meio cruel e o recurso que dificultou a defesa da vítima, praticado contra a enteada, menor de quatorze anos.

No banco dos réus, o homem confessou ter matado a criança. Mesmo com a tentativa da defesa de ter afastado o “motivo torpe” da morte, que significa algo que é repugnante ou desprezível, os jurados não acataram a tese.

Responsável pelo cálculo da pena, o juiz Douglas Demoner Figueiredo afirmou que o padrasto matou a menina sem dar chance de defesa à vítima e com violência extrema, além de ter premeditado o crime.

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Defesa de Elisnai

Procurada a defesa de Elisnai, o advogado Francis Azevedo de Barros afirmou que já há recurso. “A pena aplicada ao caso ficou bem desproporcional e já apresentamos recurso no mesmo momento. Agora é aguardar o redimensionamento da pena. O réu, após conversar com a sua atual defesa, optou pela confissão do crime”, esclareceu.

O caso

De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), o homem teria agredido a enteada até a morte. À época, o órgão pediu a condenação do réu por homicídio, com diversas qualificadoras, além do aumento de pena em um terço, pelo fato do crime ter sido praticado contra pessoa menor de 14 anos.

Foto: Reprodução TV Vitória

Elisnai Borges

De acordo com o MP, após a agressão, que causou hemorragia interna e trauma em vários órgãos, o acusado colocou o corpo da vítima sobre a cama, com intuito de simular morte natural e, demonstrando calma, solicitou ajuda da cunhada, que reside em local próximo.

Segundo a acusação, Elisnai alegou que a enteada passou mal após o almoço e vomitou, apesar de a perícia não ter encontrado vestígio de vômito.

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