"Cresceu comigo", diz primo de adolescente que ajudou a matar mãe da namorada de 11 anos
A vendedora de 38 anos foi morta a facadas pela filha, de 11 anos, e pelo namorado da menina, um adolescente de 14 anos
O corpo da mulher de 38 anos assassinada a facadas pela própria filha de 11 anos, na quinta-feira (27), no bairro Jaburuna, em Vila Velha, foi reconhecido e liberado por familiares na tarde de sexta-feira (28).
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Por telefone, um parente da vendedora, que não quis se identificar, conversou com a equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV e contou que todos estão muito abalados com o crime. O sepultamento dela aconteceu na manhã deste sábado (29), em um cemitério de Vila Velha.
Segundo a Polícia Civil, após o crime, a filha da mulher, o namorado da menina, de 14 anos, e o companheiro da vítima, de 32 anos, foram conduzidos para a Delegacia de Vila Velha.
Após os depoimentos, ficou constatado pela polícia que a criança e o adolescente foram os responsáveis pelo crime. Um familiar do menino lamentou o envolvimento dele na morte da vendedora.
"Meu primo cresceu comigo, jogava comigo. Ele era divertido. Jurava que ele era inocente, mas não, foi totalmente ao contrário", disse o parente.
Menina escreveu que estava apaixonada em diário
O adolescente contou para o delegado que o crime já estava planejado há uma semana. A menina chegou a escrever em um diário que estava apaixonada pelo adolescente e que eles matariam os pais dela para ficarem juntos.
"Eu estou completamente apaixonada por um garoto. A gente vai matar meus pais para ficar juntinhos", escreveu a garota.
Ainda segundo o adolescente, o crime foi motivado pelas reclamações da criança com relação à família. O delegado que coordena as investigações do caso disse que o adolescente contou em depoimento que atraiu a mulher e quando ela se aproximou, começou a dar as facadas. A menina também desferiu os golpes.
Em depoimento, o menino disse ainda que a mulher chegou a se trancar no quarto após as facadas, mas depois abriu a porta. Quando a menina e o namorado entraram, ela estava caída no chão sem vida.
Padrasto da menina também foi agredido
O padrasto da menina não estava em casa na hora do crime. Quando ele chegou do trabalho, abriu a porta percebeu que havia uma cadeira atrás dela e que o chão estava sujo de sangue.
O barulho da cadeira teria alertado a enteada e o namorado, que ainda estavam na residência. Assim que o padrasto se aproximou da menina, o garoto, que estava escondido, o atingiu na cabeça com um taco de beisebol.
O padrasto contou que correu e desceu as escadas da casa, que fica no segundo andar, e seguiu até o portão de acesso à rua. Do lado de fora, vizinhos queriam agredi-lo, achando que ele tinha matado a esposa.
"A menina gritava alto: 'você matou a minha mãe!'. Você matou a minha mãe. Fiquei com medo das pessoas me lincharam. E eu não podia subir a escada porque os dois estavam lá e não deixavam", contou o padrasto.
O homem afirmou que a companheira era uma mãe zelosa. Disse ainda que a enteada não tinha o pai presente e que desde que começou a se relacionar com a mãe dela, há mais de dois anos, tratava a menina como uma filha.
O Conselho Tutelar informou que foi feito acolhimento institucional da menina junto à equipe de assistência social, para adotar as medidas cabíveis junto à Vara da Infância e Juventude de Vila Velha.
Já o adolescente, segundo a Polícia Civil, vai responder por ato infracional semelhante ao crime de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado e será encaminhado ao Ciase.
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