Polícia

Médica assassinada em hotel de Colatina: motorista do casal deixa a prisão

Ministério Público Estadual concluiu que ele não teve envolvimento com o crime e, por isso, a Justiça revogou a prisão preventiva

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / Redes Sociais

O motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foi solto na quarta-feira (18), após a Justiça conceder a ele um alvará de soltura. Ele estava preso preventivamente desde o mês passado, suspeito de participação no assassinato da médica Juliana Ruas El-Aouar, ocorrido em um hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.

O motorista foi indiciado por fraude processual. O Ministério Público Estadual (MPES) concluiu, após as investigações, que ele não teve envolvimento com a morte da médica. Por causa disso, a juíza Silvia Fonseca Silva, da 1ª Vara Criminal de Colatina, decidiu revogar a prisão preventiva de Robson.

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No dia do crime, ele estava hospedado em outro quarto do hotel, no mesmo andar onde estavam Juliana e o marido dela, o empresário mineiro Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, apontado pelas investigações como o principal suspeito de matar a vítima.

Por meio de nota, o Ministério Público explicou que pediu o desmembramento do caso envolvendo o motorista, que agora ficará sob responsabilidade de outra promotoria de Justiça Criminal do MPES de Colatina. 

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Fuvio e Juliana

Já o marido da médica assassinada, que está preso desde o início de setembro, virou réu no processo. A Justiça acatou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual contra Fuvio, pelo crime de feminicídio qualificado por asfixia.

Além disso, o acusado foi denunciado pelos crimes de fraude processual majorada e consumo partilhado de droga. A denúncia foi realizada pelo MPES na quarta-feira (18), após a conclusão da investigação, realizada pela Polícia Civil.

Polícia encontrou marcas de violência no corpo da médica

Juliana foi morta no último dia 2 de setembro, em um hotel de Colatina. Ela e o marido moravam em Teófilo Otoni, no Leste de Minas Gerais. Fuvio, inclusive, chegou a ser prefeito da cidade de Catuji, no mesmo estado, entre 2016 e 2020.

No corpo da médica, segundo a polícia, foram encontradas marcas de asfixia e cortes na cabeça. No Instituto Médico Legal, foi constatado que a causa da morte foi traumatismo craniano e asfixia mecânica.

A reportagem do Folha Vitória procurou a defesa de Fuvio Luziano Serafim para comentar a denúncia, mas não foi localizada. O espaço continua aberto e a matéria será atualizada assim que houver retorno.

Juliana atuava como psiquiatra e era filha do também médico, ex-prefeito e ex-vereador de Teófilo Otoni, Dr. Samir Sagi El-Aouar.

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Boletim de ocorrência, relatos de hóspedes e do suspeito

Segundo o boletim de ocorrência, a ´Polícia Militar recebeu informações de um possível homicídio ocorrido nas dependências do hotel. Quando os militares chegaram no local, a gerente informou que Juliana estava hospedada com o marido em um quarto.

A gerente relatou ainda que outros hóspedes reclamaram de bagunça e barulhos no quarto de Juliana e Fuvio durante a madrugada e, já pela manhã, o marido da médica apareceu na recepção bastante alterado.

Segundo a funcionária, ele estava com pressa para pagar a conta, alegando que sua esposa estava passando muito mal e chegou a desmaiar.

Durante as investigações ainda no local, foi constatado, por meio de câmeras de monitoramento interno, uma movimentação de entrada e saída no quarto do casal durante a madrugada, entre o marido da médica e o motorista.

Marido e motorista contaram versões diferentes

Ao serem questionados sobre o que teria ocorrido, Fuvio relatou que sua esposa havia passado por um procedimento cirúrgico no dia anterior (sexta-feira) e, em seguida, eles teriam ido a uma churrascaria.

Eles retornaram para o hotel e, ao acordar na manhã de sábado, ele teria encontrado Juliana desmaiada na cama, possivelmente em óbito. O homem relatou que fez contato com o Samu e foi orientado a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.

Já o motorista relatou que foi chamado por Fuvio para ir ao quarto, pois Juliana havia caído no banheiro e precisava de ajuda.

A polícia destacou que ambos apresentaram versões diferentes do cenário encontrado pela perícia, que foi um quarto revirado com garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama, a mulher machucada, além de vidros de remédio quebrados.

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