Polícia

Capixaba assassinada na França: vítima havia se separado há 3 meses após agressões

"Ela falou que se não tivesse se separado iria apanhar pelo resto da vida", disse a irmã de Juliana Salomão, morta a facadas pelo ex-marido

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução/Facebook: @juliana.deoliveirasalomao
Juliana e Marcelo: família havia ido para a França há cinco anos

A capixaba Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos, morta a facadas pelo ex-marido na França, havia se separado após agressões físicas sofridas pelo então companheiro, e até tinha medida protetiva contra ele.

As informações foram passadas pela irmã da vítima, Danielle de Oliveira Pigatti, em entrevista ao Folha Vitória. Ela detalhou que a separação foi motivada pelas agressões do ex-marido, e que Juliana queria que ele procurasse um psicólogo.

O suspeito do crime é Marcelo Salomão, que tirou a própria vida após o assassinato da ex-mulher.

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"Eles se separaram por conta de agressão. Ele pediu para voltar, mas minha irmã não queria reatar a relação. Ela queria que ele fosse até um psicólogo, e ele falou que faria, mas as agressões continuaram. Então Juliana disse que não queria mais. Ela se separou e falou que se não tivesse o feito isso iria apanhar pelo resto da vida", contou Danielle. 

O casal estava junto há 25 anos, e a separação aconteceu há três meses. 

"Ela criou coragem e se separou. Eles estavam separados há 3 meses e ele estava ameaçando se matar. Falamos para Juliana ir embora, mas um dia desses ele ameaçou minha irmã dizendo que 'se não fosse ficar com ele, ela não ficaria com mais ninguém'”, acrescentou Danielle.

"Não esperem acontecer", alerta irmã de vítima

A irmã da capixaba assassinada, abalada com o crime, desabafou sobre a violência que as mulheres sofrem pelos parceiros e alertou que é preciso denunciar.

"Nos primeiros sinais de agressão, não esperem acontecer de novo, procurem ajuda, não tenham medo, não tenham vergonha! A vergonha é de quem comete a agressão. Uma pessoa que agride dessa forma não está bem psicologicamente. Se ele tivesse aceitado fazer a terapia, pode ser que não tivesse chegado a esse ponto. Ele não estava bem, estava perturbado, mas não aceitava que precisava de ajuda", declarou Danielle.
Foto: Reprodução/Facebook: @juliana.deoliveirasalomao
Juliana Salomão tinha 41 anos

Juliana era natural de Vila Valério, mas morava em Nova Venécia antes de ir para Europa. Ela deixa dois filhos, um de 14 anos e outro de 17, que moravam com ela na cidade de Seine-et-Marne, na região de Émerainville.

Segundo o jornal francês Frontières, o adolescente de 17 anos foi quem acionou a polícia e teria ficado ferido ao tentar impedir o crime. O irmão dele também estava na casa na hora do assassinato.

A irmã de Juliana afirmou que a família pretende trazer os sobrinhos de volta ao Brasil, e que aguarda os trâmites da Justiça da França.

"Precisamos aguardar um pouco porque tudo está correndo por meio da Justiça de lá. A nossa intenção é trazê-los para o Brasil, mas precisamos conversar com eles também, respeitar a vontade deles. Queremos trazer os dois para cá. Isso será decidido em família", pontuou.

Vítima trabalhava em empresa de limpeza

A família foi para a França há cinco anos em busca de uma vida melhor. Juliana trabalhava em uma empresa de limpeza. 

A irmã da vítima disse que soube do assassinato porque um colega de trabalho de Juliana ligou dizendo que ela não havia aparecido no  serviço, e que não estava conseguindo contado.