Polícia

Família faz vaquinha para trazer corpo de capixaba morta na França para o ES

Um parente de Juliana Salomão vai até a Europa para fazer a liberação do corpo. Ministério das Relações Exteriores está acompanhando o caso

Foto: Reprodução/Rede Social

A família de Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos, capixaba morta pelo ex-marido, Marcelo Salomão, na França, abriu uma vaquinha para custear o translado do corpo. Os parentes querem fazer o enterro no Espírito Santo

A irmã da vítima, Danielle de Oliveira Pigatti, afirmou ao Folha Vitória que um familiar entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores.

"O meu irmão está em contato com o Itamaraty para resolver os trâmites necessários com a Justiça da França. Nós vamos fazer uma vaquinha para custear o translado do corpo, para que o enterro seja feito no Espírito Santo", disse Danielle.

De acordo com Danielle, a meta é arrecadar R$ 80 mil. SAIBA COMO AJUDAR!

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AJUDA HUMANITÁRIA: este movimento tem o objetivo exclusivo de custear o translado de Juliana de Oliveira, vítima de feminicídio. Ela foi brutalmente assassinada a facadas pelo próprio marido, na presença de seus dois filhos menores de idade. 

Além das despesas com o traslado, será necessário arcar com as passagens dos dois menores e com os custos hospitalares deles, pois, ao testemunharem essa atrocidade, ambos estão em tratamento psicológico e psiquiátrico. 

Na França, ao contrário do Brasil, não há um sistema público de saúde como o SUS, e, por isso, todo o atendimento médico precisa ser custeado pela família. Juliana residia com sua família no endereço 31 Bd du Clos de l’Aumône - Emerainville, 77184. Esta tragédia tem sido amplamente noticiada pelos jornais locais, tanto no Espírito Santo quanto na França.  

O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, que está acompanhando o caso da capixaba morta pelo ex-marido na França. O crime foi na madrugada desta quinta-feira (24).

Em nota, o Itamaraty informou que "O translado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017".

Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos, foi assassinada a facadas por Marcelo Salomão na presença dos filhos de 14 e 17 anos. O menino mais velho tentou impedir o crime, e ficou ferido. A vítima havia se separado do ex-marido há três meses após agressões, e obteve uma medida protetiva contra o homem.

A irmã da vítima contou ao Folha Vitória que os sobrinhos estão em um hospital sob a tutela do governo da França.

"Os dois estão em um hospital para tratamento psicológico sob a tutela do governo da França. Ainda não conseguimos falar com eles porque os dois estão sob custódia do estado. Um colega de trabalho da minha irmã nos disse que meus sobrinhos estão fora de perigo", destacou Danielle.

Em entrevista ao jornal Nova Onda, de Nova Venécia, a irmã da vítima acrescentou que outros parentes que moram na França estão se mobilizando para cuidar dos adolescentes.

"Temos parentes que moram na região onde ela vivia. Eles vão ajudar e tentar ficar com as crianças até que a nossa família resolva os procedimentos junto à Justiça francesa", contou Danielle.

Ex-marido morreu após o crime

A irmã de Juliana relatou que Marcelo Salomão tirou a própria vida após cometer o crime. Segundo ela, o ex-marido de sua irmã foi encontrado ainda com vida pelos policiais que estiveram na casa, mas morreu na madrugada desta sexta-feira (25).

O casal morava há cinco anos na cidade de Seine-et-Marne, na região de Émerainville. A irmã conta que Juliana, que era natural de Vila Valério, trabalhava em uma empresa de limpeza, e que buscava uma vida melhor.

Veja na íntegra do governo federal:

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, acompanha o caso, está em contato com as autoridades locais competentes e permanece à disposição para prestar assistência à família da vítima.

Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais.

O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017.

O atendimento consular prestado pelo estado brasileiro é feito a partir de contato do cidadão interessado ou, a depender do caso, de sua família. A atuação consular do Brasil pauta-se pela legislação internacional e nacional. 

Para saber o que uma repartição consular do Brasil pode ou não fazer, recomenda-se consulta à seguinte seção do Portal Consular do Itamaraty: https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/portal-consular/assistencia-consular.