Motorista de app é assaltado, amarrado e deixado em matagal na Serra
A vítima conta que dois suspeitos anunciaram o assalto no final da orla de Jacaraípe, na última sexta-feira (25). Ele foi abandonado com pés e mãos amarrados
Um motorista de aplicativo foi assaltado e teve os pés e mãos amarrados, antes de ser abandonado pelos suspeitos, que levaram o carro, em Jacaraípe, na Serra, na última sexta-feira (25).
A vítima, que não quis ser identificada, contou à TV Vitória que dois homens anunciaram o assalto no ponto final da praia de Jacaraípe.
Um deles empunhou uma arma, enquanto o outro pegou o celular do motorista e puxou a chave para desligar o carro.
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"Entraram de cabeça baixa, e estavam muito calados. Quando chegamos no ponto final da praia de Jacaraípe, um local muito deserto e sem iluminação, eu perguntei se o pagamento seria por pix ou dinheiro. Foi nesse momento que anunciaram o assalto. O homem que estava no banco de trás mostrou a arma, enquanto o que estava do meu lado assumiu o volante, pegou meu celular e puxou a chave para desligar o carro", relatou.
A vítima disse que foi feita refém por 30 minutos, enquanto recebia ameaças. O motorista foi abandonado em uma região de mata da Avenida Audifax Barcelos, com os pés e mãos amarrados, e foi ameaçado de morte.
"Fiquei por volta de meia hora rodando com eles sem saber onde estava, porque eles ficavam me ameaçando e falando para não olhar na cara deles. Fui liberado na avenida Audifax Barcelos, na região de mata. Eles amarraram meus pés e mãos para eu não correr. Antes de entrar na mata com o carro, disseram que voltariam para me matar", contou.
Vítima foi resgatada por motociclista ainda com presilha na perna
A vítima disse também que foi resgatada por um motociclista, e que esperou 20 minutos por atendimento da polícia enquanto ainda tinha uma presilha presa na perna.
"Depois de muito tempo, um motoqueiro teve piedade de mim e parou, porque viu que tinha acontecido alguma coisa. Ele ligou para a polícia, nós ficamos lá 20 minutos esperando atendimento, enquanto eu ainda estava com uma presilha na perna, mas ninguém veio. Então, ele andou comigo por 2 quilômetros, e encontramos uma viatura parada", contou.
O motorista de aplicativo relatou à TV Vitória que explicou aos policiais o assalto que havia sofrido, e os agentes o deixaram no Terminal de Laranjeiras.
"Expliquei para o policial que eu tinha sido assaltado, e que eu estava com uma presilha na perna ainda. Eles me deixaram no Terminal de Laranjeiras, e lá eu procurei um alicate para tirar a presilha", relatou.
A vítima afirmou ainda que a empresa para quem trabalhava não forneceu nenhum suporte: "O aplicativo não deu nenhum apoio, e isso deixa a gente muito inseguro".
O homem afirma que a renda principal da família vem do carro: "Aproximadamente 70% da renda da minha família vem das corridas por aplicativo. A esperança agora é tentar recuperar o carro".
Em nota, a empresa de aplicativo informou que lamenta o fato, que a central de segurança foi acionada e que o passageiro foi bloqueado. Uma equipe especializada foi mobilizada e está em contato com o motorista para ajudá-lo com o seguro, atendimento psicológico, e despesas médicas. A empresa também afirmou que está à disposição para colaborar com as investigações.
A Polícia Civil informou que o caso seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). Até o momento, nenhum suspeito foi detido, e o veículo não consta como recuperado.
A Polícia Militar informou que não localizou nenhum acionamento ou ocorrência registrada no local e data informadas, mas que o veículo consta com restrição de furto e roubo.
*Com informações da repórter Nathalia Munhão, da TV Vitória/Record