Polícia

VÍDEO | Após confronto, polícia encontra "escritório" do crime em área de mangue, na Serra

Depois do confronto, militares ficaram atentos as unidades de saúde, pedindo informações se alguém teria dado entrada no local baleado

A tarde desta quinta-feira (17) foi marcada por uma troca de tiros entre criminosos e policiais, em uma área de mangue do bairro Jardim Carapina, na Serra. Os suspeitos fugiram, mas os militares encontraram o escritório deles, onde estavam vários materiais.

O bairro já é bem conhecido pelos militares. A região, de uns tempos para cá, está sendo palco de homicídios, tentativas de assassinatos, confrontos entre criminosos rivais e também com polícia. Além disso, apreensões. Na tarde desta quinta-feira, não foi diferente.

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"Nós partimos do princípio de que em Jardim Carapina estão tendo alguns ataques de criminosos pela disputa dos pontos de vendas de drogas. Em virtude disso, as guarnições da 1ª Cia, realizando patrulhamento na área da Rua Floresta Azul, conseguiram avistar alguns indivíduos no mangue", contou o cabo Marques, da Polícia Militar.

Após avistarem esse grupo, com cerca de oito criminosos armados, os policiais entraram no mangue a pé. Assim que perceberam a presença da polícia, os indivíduos dispararam diversas vezes contra os militares, que revidaram a agressão.

"Prosseguiram a pé para dentro do mangue. Abrimos o leque e foi possível avistar o escritório dos indivíduos. Assim que viram a guarnição, começaram a atirar, todos de pistola, e acabamos revidando", explicou o policial.

Foto: Divulgação / Polícia Militar

O local, no meio do mangue, funciona como um escritório do crime. Eles dormem, preparam as drogas em cima das pedras e depois vendem esse material, além de contabilizar os entorpecentes.

Segundo a polícia, o local em que o material foi encontrado dá indícios de que o grupo criminoso em questão era bem estruturado e dividido, assim como uma empresa.

Ainda de acordo com a PM, no mundo do crime, as funções são: chefe do tráfico, que têm o controle de uma ou mais favelas e, quando presos, comandam o comércio de dentro da cadeia; gerente-geral, que é responsável pelas atividades cotidianas, como contabilidade das vendas, admissão e demissão de mão-de-obra, comando das operações que envolvem conflito com a polícia ou com outras facções; gerente de carga ou subgerente, que são responsáveis por cada uma das drogas; segurança, que é o indivíduo responsável pela defesa e ataques, está sempre armado e pronto para participar de qualquer confronto; e olheiro, que vigia as entradas principais da favela e avisa à toda rede, por meio de fogos de artifício ou rádio-comunicadores.

"Trata-se de uma empresa indesejável. O modus operandi do crime é isso. Eles contam com gerente, olheiro, chefe, tudo subdividido e até com turnos para horário de trabalho", disse o PM.

Para a polícia, essa hierarquia também é responsável por dificultar o flagrante nas comunidades. Isso acontece porque através dessa articulação, no momento em que uma viatura chega ao bairro, o grupo rapidamente recebe essa informação e consegue escapar.

Ainda não é possível afirmar com exatidão os motivos para que tantos ataques estejam acontecendo no bairro Jardim Carapina, mas para a polícia, o tráfico de drogas já está no radar.

"Essa questão da guerra do tráfico já é histórica. Eles sempre brigam entre si para ver quem assume a frente do comércio de droga na região. Existem algumas especulações, mas que estão sendo investigadas pelas autoridades militares e civis", conta o policial.

Depois do confronto, militares ficaram atentos as unidades de saúde, pedindo informações se alguém teria dado entrada no local baleado. As buscas pelos criminosos continuam. Todo o material, foi levado para o DPJ da Serra.

*Com informações da repórter Alice Mourão, da TV Vitória/Record TV