Ladrões usam submetralhadora para render motorista de aplicativo em Vila Velha
Os criminosos também colocaram outra arma na cabeça e uma faca no pescoço da vítima. Em seguida, eles fugiram levando o carro e outros objetos do condutor
Um motorista de transporte por aplicativo, de 34 anos, passou por momentos de pânico, no início da madrugada desta terça-feira (7), na Praia de Itaparica, em Vila Velha. Ele foi rendido por três assaltantes, que haviam solicitado uma corrida e fingiam ser passageiros.
Durante a ação, a vítima teve uma faca colocada no pescoço, uma submetralhadora na barriga e outra arma apontada para a cabeça. Após liberarem o motorista, os bandidos fugiram com o carro dele e outros objetos pessoais.
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A vítima contou que foi até a pracinha do Ibes, também em Vila Velha, para atender a uma solicitação de corrida até as proximidades de um motel na Praia de Itaparica.
Comportamento suspeito
Logo que os supostos passageiros embarcaram, o motorista já percebeu uma movimentação suspeita, já que os indivíduos estariam disputando para ver quem iria no banco da frente.
"Um deles iria sentar no banco do passageiro, mas um menor deu um toque nele, para sentar atrás. Eles já estavam esquematizando alguma coisa. Então esse menor sentou na frente e o outro sentou atrás do meu banco", contou a vítima.
Se o comportamento na hora de entrar já levantou suspeita, a conversa dos três dentro do veículo gerou ainda mais, segundo o condutor. Ele conta que, a todo momento, os homens perguntavam quanto estava dando a corrida, e se ele ganhava bem como motorista.
Ao chegar em um cruzamento, já na região de Itaparica, as suspeitas da vítima foram confirmadas: os três indivíduos anunciaram o assalto.
Vítima ameaçada com duas armas de fogo e uma faca
Segundo o motorista, ele deveria virar para acessar a Rodovia do Sol, no sentido Vila Velha, para deixar os três no destino indicado. No entanto, não foi isso o que aconteceu.
O condutor afirma que foi abordado de forma violenta pelos criminosos, que usaram a faca e as duas armas de fogo para rendê-lo.
"O que estava atrás de mim pressionou a faca no meu pescoço, me levantando, enquanto o outro que estava do lado dele posicionou a submetralhadora na minha barriga, e o que estava no banco do passageiro apontou a pistola para a minha cabeça. Então eu não podia me mexer, e eles diziam que se eu tentasse algo iriam me furar".
Na sequência, após relatar aos criminosos que não conseguia se mexer, a vítima relatou que o criminoso que estava com uma faca retirou a arma dele e cortou o cinto de segurança que prendia o condutor, mandando que ele passasse para o banco ao lado.
Mesmo diante da violência da abordagem, o motorista conseguiu fugir.
"Quando eles me pediram para ir para o banco do passageiro, eu já pulei abrindo a porta e saindo do carro. Foi quando eles iniciaram a fuga", disse.
Logo depois do crime, a adrenalina da vítima passou. No entanto, o condutor afirmou que, enquanto estava sob poder dos criminosos, pensou que não iria sobreviver.
"Eu pensei que eles iriam cortar meu pescoço. Mas no momento eu consegui me manter calmo para evitar que eles fizessem alguma coisa. Disse para eles se acalmarem, que eu só precisava que eles tirassem o meu cinto de segurança e que eles podiam levar o carro".
Depois disso, os suspeitos fugiram com o carro e foram em direção à Rodovia do Sol, no sentido Guarapari. Além do veículo, eles levaram o celular que atende as corridas, o dinheiro que o trabalhador tinha feito na noite, entre outras pertences.
Veículo ainda não foi encontrado
O automóvel roubado é um Fiat Siena branco, de placa QRD2H33. A vítima destacou que o carro foi adquirido recentemente, para que pudesse trabalhar em seu veículo próprio, sem precisar mais pagar aluguel.
O motorista contou também que, em quatro anos rodando por aplicativo, essa foi a primeira vez que algo do tipo aconteceu. Segundo a vítima, os dados no aplicativo do cliente que pediu a corrida não apontavam suspeitas.
O motorista já registrou o caso na policia. A expectativa dele é de conseguir, pelo menos, o carro de volta. Para ele, mesmo depois de tudo o que passou, não há a possibilidade de parar com as corridas por aplicativo, já que precisa trabalhar.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que foi acionada para atender a ocorrência e fez buscas pela região. No entanto, nem o carro e nem os suspeitos foram localizados.
Já a Polícia Civil disse que o caso seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).
A PCES destaca que a população pode contribuir com informações de forma anônima, por meio do Disque-Denúncia 181. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas.
A 99, empresa para a qual o motorista presta serviço, também se pronunciou sobre o fato. Por meio de nota, a empresa lamentou o ocorrido com o motorista e informou que, assim que o incidente foi registrado, o perfil do passageiro solicitante foi bloqueado da plataforma.
A empresa disse ainda que, no momento, uma equipe busca contato com a vítima para prestar o acolhimento e o suporte necessários. Além disso, está informou à disposição para colaborar com as investigações das autoridades.
*Com informações do repórter Vitor Zucolotti, da TV Vitória/Record.