MORTE EM HOTEL

Justiça nega pedido e mantém preso ex-prefeito acusado de matar esposa em Colatina

Juíza argumentou que a decisão é importante para manter o "bom andamento do processo e a qualidade das provas colhidas"

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ex-prefeito de Catuji (MG) Fúvio Luziano Serafim teve o pedido de revogação da prisão preventiva negado. Ele é acusado de matar a esposa Juliana Ruas El-Aouar, de 39 anos. O crime aconteceu em um hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.

Fúvio foi preso em flagrante no dia do crime, juntamente com o motorista do casal Robson Gonçalves dos Santos. O funcionário estava hospedado no hotel onde o crime ocorreu, em setembro, e teria envolvimento com o caso. Dois dias depois, a Justiça capixaba converteu a prisão dos dois para preventiva. O motorista foi solto em 19 de outubro.

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A defesa pediu a revogação da custódia e alegou que Fúvio é réu primário, possui endereço fixo, trabalho lícito e advogados constituídos. Contudo, na decisão da última segunda-feira (06), a juíza Silvia Fonseca Silva negou o pedido.

A magistrada considerou que existem indícios que os acusados tenham alterado o local da morte de Juliana antes da chegada da polícia e retirado uma sacola contendo bebidas e medicamentos do quarto onde o casal estava. 

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A juíza também pontuou questões que precisam ser esclarecidas sobre o depoimento de funcionários de Fúvio.

"Desta forma, entendo que a prisão preventiva do denunciado deve ser mantida para assegurar a conveniência da instrução processual, a fim de garantir o bom andamento do processo e a qualidade das provas a serem colhidas em juízo", destacou a juíza.

Há cerca de 20 dias, a Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo e tornou Fúvio réu no processo.

Relembre o caso: médica foi encontrada morta em quarto de hotel

A médica mineira Juliana Ruas El-Aouar e o marido moravam em Teófilo Otoni, no Leste de Minas Gerais. Fúvio foi prefeito da cidade mineira Catuji entre 2016 e 2020.

Em 02 de setembro deste ano, a ´Polícia Militar do Espírito Santo recebeu informações de um possível homicídio ocorrido nas dependências de um hotel, em Colatina. Quando os militares chegaram, a gerente informou que Juliana estava hospedada com o marido em um quarto.

A gerente relatou ainda que outros hóspedes reclamaram de bagunça e barulhos no quarto de Juliana e Fúvio durante a madrugada e, já pela manhã de 02 de setembro, o marido da médica apareceu na recepção bastante alterado.

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Segundo a funcionária, ele estava com pressa para pagar a conta, alegando que sua esposa estava passando muito mal, chegando a desmaiar. O Samu foi acionado e, ao chegar ao local, a equipe constatou o óbito de Juliana.

No corpo da médica, segundo a polícia, foram encontradas marcas de asfixia e cortes na cabeça. Durante as investigações, os policiais descobriram pelas câmeras de monitoramento uma movimentação de entrada e saída no quarto do casal durante a madrugada, entre o marido da médica e o motorista.

Marido e motorista contaram versões diferentes

Ao serem questionados sobre o que teria ocorrido, Fúvio relatou que a esposa havia passado por um procedimento cirúrgico no dia anterior e, em seguida, eles teriam ido a uma churrascaria.

Ainda de acordo com a versão dele, os dois retornaram para o hotel e, ao acordar na manhã do dia 2, o empresário teria encontrado Juliana desmaiada na cama, possivelmente em óbito. Fúvio relatou que fez contato com o Samu e foi orientado a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.

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Já o motorista relatou que foi chamado pelo marido da médica para ir ao quarto, pois Juliana havia caído no banheiro e precisava de ajuda.

A polícia destacou que ambos apresentaram versões diferentes do cenário encontrado pela perícia, que foi um quarto revirado com garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama, a mulher machucada, além de vidros de remédio quebrados.

O Folha Vitória tenta contato com a defesa de Fúvio Luziano Serafim para comentar, mas os advogados não foram localizados. O espaço está aberto para manifestação.