Polícia

Vídeo mostra prisão de Luan Vera: "O que eu vim fazer aqui?"

Segundo a polícia, criminoso estava escondido em uma casa no bairro Nova Palestina, em Vitória. Ele dormia quando os policiais chegaram e não reagiu

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Polícia Civil

Considerado o número dois da lista dos criminosos mais procurados do Espírito Santo e apontado pela polícia como um dos responsáveis pelo comando da facção Terceiro Comando Puro (TCP), na região do Morro do Macaco, em VitóriaLuan Gomes Faria, mais conhecido como Luan Vera, de 32 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (24).

Ele estava escondido em uma casa no bairro Nova Palestina, na Capital. De acordo com a polícia, o imóvel era alugado pelo criminoso. Luan dormia na hora em que a polícia chegou e não reagiu à prisão. 

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Próximo ao suspeito, havia uma arma de grosso calibre com diversas munições. Todo o material foi apreendido pelos policiais.

"Ele estava em um local improvável, porque não era um bairro que ele tem o domínio, numa casa acima de qualquer suspeita, para não ser percebido. Mas nós conseguimos localizá-lo lá e ele não teve tempo de reação", disse o superintendente de Polícia Especializada (SPE), delegado Romualdo Gianordoli Neto.

O momento da prisão de Luan foi registrado pela equipe de policiais civis que realizou a operação. Segundo o delegado, o criminoso ficou surpreso com a presença dos policiais na residência.

"Ele levantou rápido e várias vezes ficou se lamentando 'o que eu vim fazer aqui?', entre outras coisas. Ele estava dormindo e não teve como reagir".

De acordo com a polícia, até a semana passada, Luan Vera estava no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, comunidade bem conhecida pela criminalidade.

Romualdo Gianordoli conta que o criminoso veio ao Espírito Santo para recolher dinheiro nos pontos de venda de drogas para levar para os traficantes cariocas, que, segundo a polícia, cobram pela segurança dele.

"Pelos nossos levantamentos, ele veio pegar um bom dinheiro aqui. Estava fazendo o que eles chamam de 'recolhe' do tráfico de drogas, passando em várias bocas — não ele diretamente, mas outra pessoa — para ele levar um bom dinheiro para o Complexo da Maré, porque lá ele paga, semanalmente, uma taxa para o tráfico local, para ele ficar escondido na favela".

Assim que Luan chegou ao Estado, a polícia começou a monitorá-lo. Por meio de informações do Serviço de Inteligência, os policiais conseguiram localizá-lo na manhã desta sexta-feira.

Logo após a prisão do criminoso, três indivíduos que faziam a segurança de Luan passaram de carro pelos policiais, que identificaram o veículo e foram atrás. Houve perseguição e troca de tiros. Dois deles foram detidos e um conseguiu fugir.

LEIA TAMBÉM: "Irmãos Vera": Luan pagava para ficar escondido em favela no Rio e veio ao ES recolher dinheiro

Mesmo escondido, Luan comandava ataques contra facção rival

Luan é um dos três "irmãos Vera", apontados pela polícia como responsáveis pelo comando do tráfico de drogas na região do Morro do Macaco.

Há um mês, a polícia prendeu também um dos irmãos dele, Gabriel Gomes Faria, conhecido como Gabriel Vera. Ele foi preso em Itararé, junto com comparsas, prontos para atacarem o Bairro da Penha. O outro irmão é Bruno Vera, que continua foragido.

Os "irmãos Vera" são conhecidos pela guerra declarada contra o traficante mais procurado do Estado, Fernando Ferreira Pimenta, o Marujo, que lidera o Primeiro Comando de Vitória (PCV) na região do Complexo da Penha, na Capital. 

Em coletiva de imprensa no final da manhã desta sexta-feira, o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, disse que, mesmo escondido na casa em Nova Palestina, Luan comandava ataques contra a facção de Marujo.

"Segundo informações coletadas pela Polícia Civil, ele não estava saindo dessa residência, mas continuava articulando toda a questão do ataque, da rivalidade das organizações criminosas".
Pontos moeda